O presidente da Assembleia Legislativa, Toinho Andrade (PHS), foi ouvido na tarde desta quinta-feira (13) pela Polícia Civil. Ele prestou informações no contexto da operação Catarse, que investiga a existência de funcionários fantasmas na AL. O interrogatório ocorre um dia após o filho dele, Tony Márcio Andrade (PSD), também ser ouvido pela polícia suspeito de receber parte do dinheiro pago aos fantasmas.
O parlamentar conversou com os investigadores no próprio gabinete, em Palmas. O interrogatório durou cerca de 1h30 e terminou por volta das 15h30. Os investigadores não saíram pela porta da frente da Assembleia. Conforme apurado pela TV Anhanguera, os policiais deixaram o prédio pelo subterrâneo.
O depoimento foi acompanhado pela assessoria jurídica da Assembleia e pelos advogados do próprio deputado. Segundo foi informado, Toinho Andrade respondeu aos questionamentos da polícia.
A Gazeta solicitou nota do deputado sobre o fato.
Até esta quarta-feira (12) o deputado não era tido como investigado. Porém, ainda não há detalhes sobre que tipo de esclarecimentos ele foi chamado para prestar.
As investigações sobre supostos funcionários fantasmas na AL começaram ainda em 2018 e estão sendo feitas pela Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma).
A suspeita é de que os servidores fantasmas eram ligados a dois gabinetes, entre eles o de Toinho Andrade, e à própria presidência da AL.
Depoimento do filho
O vereador de Porto Nacional Tony Márcio Andrade (PSD), filho do deputado Toinho Andrade, prestou depoimento à Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (12). Ele foi recebido na Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma), em Palmas, mas ficou em silêncio durante todo o interrogatório. A investigação é um desdobramento da Operação Catarse.
De acordo com a Polícia Civil, outras duas pessoas foram ouvidas e o inquérito deve ser concluído nesta semana. Essa fase da operação Catarse investiga a existência de servidores fantasmas em gabinetes de deputados na Assembleia Legislativa do Tocantins.
O vereador foi citado por um investigado durante a segunda fase da operação Espectro II. Na época, o servidor disse que estava devolvendo 80% do salário que recebia para Tony Andrade.
Tony Andrade saiu do depoimento sem falar com a imprensa. O advogado dele falou que não vai se manifestar neste momento.
Fantasmas na Assembleia
As investigações no parlamento tocantinense começaram ainda em 2018. Três pessoas foram indiciadas por corrupção devido o suposto esquema. Porém, novos indícios deram origem à segunda fase da operação Espectro II.
Novos mandados foram cumpridos em janeiro deste ano. Nesta ocasião, a polícia informou que a suspeita era de 11 fantasmas em dois gabinetes e ligados à antiga presidência da AL.
Para a polícia, estes servidores não tinham condições de serem assessores parlamentares porque tinham vínculos empregatícios em outros locais, como na Câmara de Vereadores de Porto Nacional e empresas privadas. Alguns trabalhavam como caminhoneiros, professores e até frentista em posto de combustível.
Foi nessa fase que um dos investigados afirmou que devolvia 80% dos salários para Tony Andrade.