Maria José Cotrim

A audiência que discute a transposição do Rio Tocantins começou com fala da senadora Kátia Abreu na tarde desta terça-feira, 17. Ela falou da extensão do Rio e que o percurso tem a atuação de mais de 4 mil pescadores além de sete usinas hidrelétricas. Mais de um milhão de brasileiros são atendidos por energia gerada pelas hidrelétricas.

Fotografias mostrando a seca em alguns locais do Rio foram expostas na audiência. A senadora fez apresentaçoes técnicas sobre o rio. ” O Rio não tem vazão suficiente para aguentar uma transposição”, disse.

Ela disse ainda que a prioridade deveria ser a revitalização das bacias e principalmente as águas de recarga dos aqüíferos. “Dos 500 milhões ano necessários para a obra 300 milhões seriam apenas para o bombeamento”, disse.

Ela falou números e dados sobre as obras que iriam custar R$ 5.2 bilhões. Para a parte de estudo e projeto são necessários dois anos.

Quase 90% do povo do Tocantins é contra essa transposição, segundo a senadora. “Estamos preocupados com o nosso rio”, disse. Ela afirmou que primeiro é preciso saber o que ocorre com o Rio no Estado. “Não adianta vestir um santo e desvestir o outro”, disse.

Ela chegou a dizer que se trata de cuidar do rio que é do Estado.

O Ministério da integração nacional apresentou o projeto da transposição em tramitação no Senado. Dentre as metas estão aumentar a segurança hídrica da bacia do Rio São Francisco. ” Não vamos prejudicar um rio em detrimento ao outro”, alegou o assessor técnico Rafael que fez a explanação.

Setores contra

O prefeito de Paraíso, Moisés Avelino falou à Gazeta e disse ser contra a transposição em razão da situação do rio.

O deputado federal Irajá Abreu do PSD, também presente, questionou a falta de estudo sobre a viabilidade para a transposição do Rio.

A vice-presidente da Associação de Conservação do Meio Ambiente e Produção integrada de alimentos da Amazônia-Gaia também é contra e alega prejuízos graves.

(Foto: Maria José Cotrim)