Entidades que trabalham a questão da diversidade em Palmas, representadas pelo Ministro Encarregado da Igreja Anglicana, Reverendo Geraldo Santos de Magela Neto, requereram nesta terça-feira, 03, junto à Polícia Civil a instauração de Inquérito Policial, contra a prefeita de Palmas Cinthia Ribeiro (PSDB) para a apuração de crime de racismo por LGBTfobia.


O pedido foi realizado com fundamento legal no artigo 5o, II, do Código de Processo Penal para apurar o crime, em tese, praticado pela Gestora após a divulgação de um áudio em que ela teria relacionado o público de um estabelecimento como sendo “LGBT, “gueto” e “baixo clero”.


Na mídia, amplamente divulgada nas redes sociais e imprensa local, há diversas ofensas, o que levou à representação.

“E agora eles estão questionando esse fechamento lá do tal do Mujica, é um bar que é só LGBT, mas aqueles guetos dos guetos, dos guetos. Não é uma coisa sociável não, é baixo clero mesmo, uma coisa louca”, diz a prefeita, que admitiu a veracidade do áudio e afirmou se tratar de uma manifestação realizada em particular, através de um aplicativo de mensagens.


De acordo com o Reverendo Magela, a solicitação tem o objetivo de combater qualquer tipo de discurso de ódio.

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“Queremos esclarecimentos sobre o áudio da prefeita onde associa o publico LGBT ao gueto e ao baixo clero, promovendo mais discriminação e perseguição. Como trabalhamos para essa parcela da população, queremos que todas as ações legais sejam tomadas para que discursos que incentivem a segregação, utilizando termos que já deveriam ter sido superados, sejam punidos”, declarou.


De acordo com o Magela, o próximo passo será fazer uma Notícia de Fato junto ao Ministério Público Estadual (MPE-TO), e a protocolização de ofício junto ao Núcleo Aplicado das Minorias e Ações Coletivas (Nuamac) da Defensoria Pública do Estado do Tocantins.


Fazem parte da ação proposta a Aliança Nacional LGBTI; Instituto Equidade Tocantins; Articulação da Juventude Lésbica,Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos – ARTJUV-LGBTI; Associação Anjos de Resgate; Casa A+; Igreja Episcopal Anglicana; Rede Nacional De Operadores de Segurança Pública LGBTI – RENOSP – LGBTI; e Triângulo Rosa.


“Gueto do Gueto, do Gueto”


De acordo com a Organização “Enciclopédia do Holocausto”, o termo gueto significa “região onde, em algumas cidades, os judeus eram obrigados a morar’, fig. ‘ambiente fechado, não acessível.

Termo amplamente difundido por conta dos nazistas, na década de 1940, onde o comando nazista determinou que todos os judeus nos territórios ocupados deveriam ser deportados para essas “áreas especiais”, os guetos. Grande parte dos habitantes dos guetos durante a Segunda Guerra foi morta em campos de extermínio.