Brener Nunes – Especial Gazeta do Cerrado

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Entidades, movimentos sociais e religiosos entraram em contato com a Gazeta do Cerrado relatando o problema dos riscos que as nascentes, principalmente do Ribeirão Taquarussu Grande, que abastece 70% das residências de Palmas. Conforme as entidades, o senhor pastor Amarildo Martins da Silva, proprietário da fazenda Maanaim, desmatou, sem licença ambiental, 24.581 hectares de vegetação nativa de Cerrado em área de reserva legal.

Segundo Laudovina Pereira, membro do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), as entidades vem acompanhado as nascentes e vegetações nativas a cerca de três anos. “Nosso medo era que o dono das terras plantasse soja no local. Procuramos o Naturatins, mas eles têm problemas de organização interna. Agora, já é tarde. Conseguimos no Ministério Público uma limitar que suspendeu o plantio de soja na área, mas o pastor Amarildo já plantou soja no local”, contou.

Conforme ação civil pública, requerida pelas entidades, já foi desmatado vasta área de preservação permanente sem autorização de órgãos ambientais competentes.

Conforme a Ação, são sete áreas danificadas na propriedade, com inúmeros autos de infração. E a degradação da área permanente (APP) é mais grave que a da reserva ambiental, que são diversas áreas. As APP’s estão as margens dos rios e nascentes.

Para agravar a situação, as áreas devastadas fazem parte das bacias hidrográficas dos córregos Macacão e Taquarussu Grande, assim, matando as nascentes e contaminado os mananciais que abastecem grande parte da Capital.

Liminar

A liminar de proibição foi deferida pelo juiz Edimar de Paula nessa segunda-feira, 11, determinando que Amarildo Martins da Silva e Matheus Otonni, suspendam imediatamente qualquer atividade agrícola e pecuária na Fazenda Maanain, principalmente o plantio de soja. Se a decisão for contrariada, os citados serão penalizados em multa diária de R$ 10 mil.

A liminar que suspende atividade agrícola na fazenda Maanain é resultante de uma Ação Civil Pública encaminhada pelo Centro dos Direitos Humanos de Palmas, Instituto Quemdiria, Associação Água Doce – Movimento de Proteção ao Taquaruçu Grande, Associação Estadual de Cooperação Agrícola, Conselho Indigenista Missionário, Associação Alternativa para Pequena Agricultura, Associação de Desenvolvimento e Preservação dos Rios Araguaia e Tocantins.

O outro lado

Nossa equipe entrou em contato com o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) nessa terça-feira, 12, para obter um posicionamento, mas não houve resposta até a publicação desta matéria. O espaço fica em aberto para posicionamento do órgão.

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