O presidente Jair Bolsonaro (PSL) classificou neste domingo (3) o jornalismo da TV Globo como “sujo” e desafiou a emissor a dar um espaço na sua programação para que ele fale sobre o caso Marielle Franco. “Eu os tenho desafiado: TV Globo, me dá um espaço de 15 minutos ao vivo no Jornal Nacional para explicar isso e mais coisas”, disse em entrevista à Record TV.
Na terça-feira passada (29), uma reportagem da emissora revelou que o porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro tem uma residência, afirmou que Élcio de Queiroz, um dos suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes, teria entrado no local com a autorização do morador da casa 58, um homem que se identificou como “seu Jair”.
A versão do funcionário, no entanto, foi contradita por registros da Câmara e pelo Ministério Público. Ainda deputado federal na época, Bolsonaro estava em Brasília no dia do crime. Além disso, as gravações dos áudios da portaria indicam que Élcio obteve a autorização do ex-sargento da PM Ronnie Lessa, também suspeito de ter assassinado Marielle.
De acordo com o presidente, ele é “constantemente perseguido” e o caso do porteiro comprova isso. “Lamentavelmente a TV Globo faz a matéria, diz que não é verdade, diz que eu tô em Brasília… Fez por quê? Pra, mais uma vez, dar margens a pessoas acharem que eu sou um dos possíveis mandantes da senhora Marielle Franco”.
Obstrução de Justiça
O presidente Bolsonaro também falou sobre as acusações contra ele por obstrução de Justiça. No sábado (2), o militar disse que pegou os áudios das ligações realizadas entre a portaria e as casas do condomínio, antes que as gravações fossem “adulteradas“, mas não explicou quando teria retirado os arquivos da portaria. A fala do presidente provocou reações da oposição, que planeja protocolar uma representação da Justiça contra o militar.
fonte: Congresso em Foco