O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que seu governo respeita o teto de gastos e quer responsabilidade fiscal.

 

A declaração foi feita ao lado de ministros e dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), após eles se reunirem.

Segundo Bolsonaro, foram tratados “assuntos variados” na reunião, como a questão das privatizações e da reforma administrativa, apontadas como algumas das justificativas para as saídas dos secretários Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização), respectivamente.

 

“Nos empenharemos, mesmo em ano eleitoral, para buscar soluções, destravar a nossa economia e colocar o Brasil no lugar em que ele sempre mereceu estar”, afirmou o presidente.

“Nós queremos o progresso, o desenvolvimento, o bem-estar do nosso povo. Nós respeitamos o teto dos gastos e queremos a responsabilidade fiscal. O Brasil tem como ser um daqueles países que melhor reagirá à questão da crise [causada pelo coronavírus]”, disse o presidente a jornalistas.

O senador e líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes também participou da reunião.

Agenda econômica

Segundo Alcolumbre, a reunião também serviu para “nivelar” as informações da agenda de responsabilidade fiscal, o que posteriormente ajudará o governo a convencer a sociedade sobre sua agenda de reformas, especialmente depois da pandemia da covid-19.

A intenção de Maia e Alcolumbre era mostrar responsabilidade com o teto de gastos e ajuste fiscal — pilar defendido por Paulo Guedes. Há o entendimento dentro do governo de que não é hora de “indiretas”, como fez Guedes ontem ao dizer que há ministros “fura-teto” e que tentam “pular a cerca”.

Reunião tranquila

Ao UOL, o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), que esteve na reunião, disse que o encontro foi “tranquilo” e o ato político mostrou sintonia das lideranças políticas do país.

“Bolsonaro mostrou que está coordenando o diálogo dentro do governo e com os presidentes dos poderes. O papo foi claro e franco entre todos. Todo mundo defende a mesma coisa manter as contas dentro do teto e assim possibilitar crescimento econômico”, disse Gomes. O senador ainda acrescentou que não houve embates, porque, segundo ele, há o amplo entendimento no governo sobre o rigor fiscal. “Todo mundo pensa igual, mas cada um fala de um jeito, estamos todos em sintonia”, afirmou.

A reunião aconteceu na esteira dos embates entre Guedes contra os militares e ministros que cuidam do Desenvolvimento Social, Rogério Marinho, e Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Ao contrário do ministro da Economia, os outros conselheiros de Bolsonaro entendem que o governo deve investir mais recursos públicos para destravar os investimentos.