Por Núbia Matos
No dia 20 de setembro após comemorar a tradicional festa da colheita os moradores do quilombo Mumbuca vão ao campo de capim que estava sendo monitorado pelo o Naturatins durante todo período que antecede a data permitida para colheita . A ida ao campo é o dia mais esperado por todos do quilombo, é a certeza da continuidade desse legado e da autonomia econômica. Ano após ano, na data permitida pelo Naturatins, as pessoas do quilombo saem para o campo coletivo em transporte da Associação dos Artesãos e Extrativistas do Povoado Mumbuca.
A chegada ao campo que sempre é um momento feliz para o quilombo se tornou de grande tristeza, o capim que brilhava entre os verdes do campo Caetano/Faveira que está localizado no território do quilombo, foi encontrado sem brilho, coberto de muitas cinzas.
Para a matriarca Doutora( Noemi) é uma afronta e um ataca muito grande a comunidade Mumbuca, para que a mesma fique sujeita somente compra a matéria prima de outros, que inclusive estabelecem seus próprios preços, “ Mumbuca não pode ficar refém dessa situação, não adianta festejar, esperar a data certa, fazer tudo dentro da ordem e no final não ter o direito de colher em seu próprio território”.
Frente a situação também se posicionou a diretora de proteção aos povos quilombolas da Secretaria de Povos Originários e Tradicionais (SEPOT) Ana Mumbuca, que acompanhou presencialmente o campo de colheita devastado, em fala a mesma ressaltou que “ È preciso montar ações estratégicas conjuntas com diferentes órgãos para proteger os campos por meio de: Acampamento fiscal; monitoramento através de drones e instalação de câmeras de camuflagem e sobrevoos aéreos, pois o capim dourado é um bem de valor cultural e patrimônio histórico do Tocantins pela lei nº 2.106/2009 ”.