No próximo dia 20 de maio, Palmas, a Capital mais jovem do País, faz 29 anos e desde o início de sua construção atraiu uma população proveniente de diversas partes do Brasil. Várias pessoas que vieram para cá, trouxeram na bagagem, o sonho de construir uma vida nova junto com a cidade.
É o caso do seu Onilson Ferreira Cortes, que em dezembro de 1991, juntamente com sua esposa Raquel Neres Cortes, e filhos, deixou o Estado de Goiás e partiram rumo a Palmas em busca de oportunidades. “Eu vim em busca de oportunidades, com a família e meus filhos pequenos”, ressalta.
Durante nove anos ele atuou na área automotiva, sem obter sucesso, Onilson Cortes, resolveu dar uma guinada na vida, e em 1999 começou a trabalhar no ramo da indústria e comércio de temperos, na Capital. “Comecei eu e meu filho Rafael Neres Cortes, que hoje é meu braço direito na empresa, e mais dois funcionários, onde enfrentamos muitas de dificuldades, mas muita dificuldade mesmo, pois não tínhamos capital de giro, e era um mercado novo para nós”, disse
Ainda de acordo com o empresário, depois de muita luta e perseverança, aos poucos a empresa foi se tornando conhecida no mercado, ganhando credibilidade, conquistando novos fornecedores e abrindo novas rotas, e hoje se tornou uma empresa competitiva e sólida no Estado.
“Graças a Deus hoje atendemos a metade dos municípios tocantinenses e estamos atendendo também o oeste da Bahia, em Luiz Eduardo Magalhães, e temos a intenção de estender os negócios para o sul do Pará.”
Atualmente a empresa funciona no setor industrial de Palmas e está com 19 anos no mercado, onde produz molhos, temperos e condimentos e fornece para quase 50% dos municípios do Estado. A empresa conta com mais de trinta funcionários diretos e possui uma logística própria. “No começo não tínhamos nem carro de entrega, hoje superamos muitas dificuldades, já temos nossa frota própria”, disse.
O empresário está muito motivado e apostando alto em novos desafios e de olho nas grandes redes de supermercado da Capital, que estão abrindo as portas para seus produtos. “Inclusive meu filho está em Brasília participando de uma rodada de negociações com o grupo Pão de Açúcar, a convite da empresa”, informou.
Água de coco e picolé
Já Amilton Jardim Moraes escolheu Palmas para viver ao deixar a cidade de origem, Paraíso do Tocantins, em 1996, com sua esposa, Maria Benedita Moraes e começar uma vida nova na Capital. Aqui ele começou a trabalhar com a venda de “cremosinho” em uma das avenidas mais movimentadas do comércio, a Avenida JK. Ele conta emocionado quando foi que adquiriu seu primeiro imóvel, na Capital.
“Lembro-me que o primeiro lote que eu comprei foi em vinte e quatro parcelas, sendo doze parcelas de cento e cinquenta reais e mais doze parcelas de cento e setenta e cinco reais”, lembra.
Para encontrá-lo basta se dirigir até o ponto de ônibus, da Avenida JK, próximo ao Banco do Brasil, que lá está ele, usando um boné, com seu carrinho de água de coco e de picolé. “Às vezes faço em média de R$ 60,00 por dia com a venda de picolés, e a água de coco sai bastante, devido ao clima quente da Capital”, conta.
Hoje, aos 60 anos, com uma filha de 12 anos, Camila Vitória, e a esposa, Maria Benedita Moraes, o empreendedor tem muito a comemorar, pois com a determinação e muito suor, os negócios prosperaram. “Após vinte e dois anos, de ter escolhido Palmas para morar meus negócios prosperaram onde fiz muitas amizades, e tenho uma clientela fiel, que me acompanha durante anos”, ressaltou.
Enquanto atende os clientes com um sorriso nos lábios, faz planos para o futuro. “Estou terminando de quitar o meu carro, mas os meus imóveis são todos quitados, graças a Deus”, acrescentando que agora vai investir na construção de imóveis para aluguéis.
Açaí e pão de queijo
Com quase 300 mil habitantes, Palmas a cada dia se mostra mais preparada para mais investimentos. A Capital se encontra em franco desenvolvimento, e oferece oportunidades de negócios que se multiplicam a cada dia, como os pães de queijo que são servidos todos os dias pela manhã no quiosque do empreendedor, José Gutembergue, conhecido carinhosamente pelos amigos e clientes como, Guto. No quiosque é servido desde o cafezinho acompanhado de um delicioso pão de queijo, ao açaí self service.
O empresário resolveu vir para Palmas em 1993, segundo ele, na época do “poeirão”. “Após me aventurar em algumas atividades comerciais, em 2000 iniciei minhas atividades aqui no quiosque da JK, onde divido a responsabilidade em administrá-lo, com minha esposa, Kauane Carneiro, e mais dois funcionários”, relata.
O empresário vem se destacando no seu comércio pelo bom atendimento e uma variedade de serviços oferecidos a sua clientela, como recarga de celular, venda de cartão telefônico (orelhão), e a recarga do cartão de vale transporte.
Próxima de completar 29 anos, a Capital para Gutembergue sempre foi muito acolhedora. “Palmas sempre foi muito acolhedora, mesmo na época de pouca infraestrutura, mas a gente que está aqui desde o início, somos bastante conhecidos, é como se estivéssemos em nossa casa”, acrescentando que apesar da crise que o País tem passado, o comércio tem prosperado. “Palmas é sim a Capital de oportunidades”.
Chambari do seu Luizinho
“Toda cidade cresce mais para o sul’, como diz o ditado popular, e foi com esse pensamento que Luiz Pereira da Cruz, após deixar sua cidade São Felix no Pará, com a esposa, Raimunda da Silva Cruz, e se mudar para Palmas, em 1991, resolveu investir em um negócio de dar água na boca, a venda de chambari, em uma avenida da Região Sul de Palmas.
De acordo com sua filha, Ednelma da Silva nas primeiras semanas as vendas não surtiram efeitos, e o chambari era distribuído aos vizinhos. “Como ele não era conhecido na cidade, as pessoas não compravam, então ele distribuía para os vizinhos do bairro”, disse.
Há 23 anos, o “Chambari do seu Luizinho” se tornou um dos mais famosos da Capital e já é conhecido também em outros estados. Depois de muita dedicação, o seu Luizinho, passou os negócios para a filha, Ednelma da Silva Cruz, e sua irmã Rosevane da Silva Cruz. Todos os dias, a partir das 7 horas, o famoso chambari, no setor Santa Fé começa a ser servido, e segue assim até as 16h30. “Há seis anos expandimos o nosso restaurante e introduzimos um novo cardápio, mas, o chambari e o mocotó, é o nosso carro-chefe”, afirma a empresária, Ednelma da Silva Cruz.
Nossa equipe de reportagem foi conhecer e saborear o famoso chambari,e ao ser indagada sobre quais os ingredientes necessários para se fazer um chambarí tão suculento, ela deu a seguinte dica. “Bons produtos. Aqui nossos produtos são bem modestos, mas feitos com capricho, carinho e amor”, acrescentando que também deve ter uma boa pitada de simpatia no atendimento a clientela.
Mudança de vida
Irene Santos, 59 anos, resolveu apostar a sorte na Capital e se mudou de Paraíso do Tocantins, para Palmas, em 12 de agosto de 1997. Deixando o esposo para trás, a matriarca da família não contou conversa, pegou as economias e as malas e resolveu empreender nos negócios.
Ao chegar à Capital, ela montou um modesto salão de beleza em uma sala alugada e uma lanchonete, no Plano Diretor Sul da Capital, e ainda achava tempo para costurar. Três anos mais tarde, o esposo, Natalino Lourenço, que havia ficado em Paraíso para cuidar dos bens da família, também se juntou à Irene em Palmas, para ajudá-la. Os anos se passaram a cabeleireira se profissionalizou e prosperou nos negócios, instalando definitivamente seu salão de beleza, na Arse 82.
Com o sucesso, a microempresária conseguiu comprar um imóvel residencial e comercial, onde atualmente trabalha e vive com a família, a mãe, dona Maria, de 92 anos, o neto, Joaby Henrique, e a sobrinha, Letícia Guida, profissional que atende com serviços especializados em design de sobrancelha, unha em gel e depilação.
Recentemente o salão de beleza passou por uma reforma e ampliação, onde atualmente oferece um atendimento personalizado ao público feminino, como coloração, descoloração, selagem profissional, progressiva e relaxamento, depilação, e química em geral, com preços que variam de R$ 120,00 a R$ 400,00.
Ao comemorar os 29 anos de Palmas, a microempresária e cabeleireira, se diz realizada profissionalmente. “Graças a Deus estou bem, o salão é fonte de renda para mim e para minha família”, acrescentando que o segredo do sucesso no empreendimento é a união da família, e muito trabalho. “Sabendo trabalhar direito, se aperfeiçoando, aqui é o lugar ideal de oportunidades”, concluiu dona Irene Santos.