Foto –  Shutterstock

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgou nesta sexta-feira (11/3) nota com orientações aos pacientes sobre o recolhimento de medicamentos contra a pressão alta que tem como princípio ativo a losartana.

No texto, a SBC reforçou que o recolhimento é uma iniciativa da Sanofi-Medley e está restrito aos medicamentos indicados pela própria empresa: três fármacos contra a pressão alta contendo losartana ou uma combinação fixa de losartana e hidroclorotiazida.

Quando anunciou o recall de seus remédios, a Sanofi Medley informou que foram encontradas impurezas nos comprimidos que poderiam causar mutações e aumentar o risco de câncer.

De acordo com a SBC, até o momento, não foram relatados problemas semelhantes em outros medicamentos pertencentes à classe de bloqueadores dos receptores de angiotensina no Brasil, ou mesmo de losartana em monoterapia ou combinação fabricada por outras indústrias farmacêuticas.

Diante disso, a entidade não vê problemas em relação ao uso de medicamentos com o princípio ativo losartona desde que eles sejam fabricados por outras indústrias farmacêuticas. A SBC destaca ainda a importância de pacientes hipertensos manterem seus tratamentos – sendo com os remédios habituais ou, no caso, dos que estão sendo recolhidos pela Sanofi Medley, com outras opções indicadas por seus médicos.

Veja íntegra da nota da Sociedade Brasileira de Cardiologia:

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e o seu Departamento de Hipertensão Arterial (DHA) vêm, através dessa nota, manifestar o posicionamento frente às recentes notícias veiculadas nas mídias sociais referentes ao recolhimento dos lotes de medicamentos contendo a losartana ou a combinação fixa losartana e hidroclorotiazida da indústria farmacêutica Sanofi-Medley. O motivo desse recolhimento voluntário, segundo dados divulgados pela própria empresa, refere à possibilidade de impurezas nos referidos lotes.

Cumpre ressaltar que, até o momento, não foram relatados problemas semelhantes em outros medicamentos pertencentes à classe de bloqueadores dos receptores de angiotensina em nosso país, ou mesmo de losartana em monoterapia ou combinação por outras indústrias farmacêuticas.

Ressaltamos ainda que essa classe de fármacos apresenta evidências científicas robustas, produzidas ao longo de décadas, no tratamento de diversos fatores de risco e doenças cardiovasculares.

Ainda, sobre metanálise recém publicada (Sipahi I. PLoS ONE 2022 17(3): e0263461. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0263461) que discute a eventual associação entre risco de câncer e uso cumulativo dos BRA, consideramos não ser esse o método ideal para essa avaliação, com inúmeros fatores de confusão podendo interferir nos resultados.

A posição atual da SBC/DHA, sempre pautada nas evidências científicas e com base nas informações divulgadas até o momento, é de não haver fatos ou evidências que recomendem a modificação da estratégia terapêutica no que tange aos medicamentos pertencentes a essa classe farmacológica, mas ressalta que os lotes mencionados em comunicado da Sanofi-Medley devem ser substituídos e recolhidos conforme orientação da própria empresa.

Fonte – Metrópoles