O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira, 22, os resultados do Censo Demográfico 2022: Identificação étnico-racial da população, por sexo e idade. De acordo com os dados, no Tocantins houve aumento de pessoas que se declararam pretas e indígenas. O grupo que predominou no estado é o de pardos: 939.260 pessoas, o que corresponde a 62,2% da população. Já 350.613 se declararam brancas (23,2%); 199.394, pretas (13,1%); 20.023, indígenas (1,3%); e 3.405, amarelas (0,2%).
Na comparação com o Censo Demográfico de 2010, a população preta aumentou 58% e sua proporção no total da população do estado subiu de 9,1% para 13,1%. No cenário nacional, Tocantins aparece como a terceira Unidade da Federação com maior proporção de população preta. A Bahia (22,4%) e o Rio de Janeiro (16,2%) registraram os maiores percentuais.
O contingente de pardos no Tocantins cresceu 7,6%, mas seu percentual na população total caiu de 63,1% para 62,2%. Houve, ainda, aumento de 41,8% da população indígena, com sua participação subindo de 1,0% para 1,3%. A população branca cresceu 1,6%, mas a participação teve queda de 25% para 23,2%. Já a quantidade de pessoas amarelas teve forte recuo de 86,7%, mudando sua proporção de 1,8% em 2010 para 0,2%, em 2022.
A diminuição da população amarela está correlacionada a um procedimento adotado no Censo 2022: caso o entrevistado se declarasse ou a algum morador de cor ou raça amarela, o recenseador faria uma pergunta adicional padrão: “considera-se como cor ou raça amarela a pessoa de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana. Você confirma sua escolha?”. O analista da pesquisa, Leonardo Athias, acredita que o novo procedimento concorreu para essa “mudança mais drástica” na proporção de pessoas que se declararam amarelas.
Participação nos municípios
O Censo 2022 também mostra a categoria de cor ou raça para cada município. No Tocantins, Ponte Alta do Bom Jesus tinha a maior proporção de população parda (82,5%), com Recursolândia (80,3%) e Centenário (78,7%) a seguir. Na outra ponta, os três com os menores percentuais eram Tocantínia (32,4%), Conceição do Tocantins (53%) e Pium (53,5%).
Os maiores percentuais de população branca estavam em Barrolândia (32,3%), Paraíso do Tocantins (29,69%) e Palmas (29,68%). Por outro lado, os menores percentuais foram Paranã (7,09%), Santa Rosa do Tocantins (8,3%) e Taipas do Tocantins (8,5%).
Conceição do Tocantins (37,2%) tinha a maior proporção de população preta, com Arraias (34,7%) e Brejinho de Nazaré (28,7%) a seguir. Os menores percentuais estavam em Tocantínia (5,05%) Marianópolis do Tocantins (5,1%) e Recursolândia (5,3%).
Os maiores percentuais de população amarela estavam em Santa Maria do Tocantins (1,08%), Santa Rosa do Tocantins (0,77%) e Abreulândia (0,70%). De acordo com os dados, 13 municípios tocantinenses não registraram população amarela, as menores proporções foram para Natividade (0,01%), São Valério e São Sebastião do Tocantins, ambas com 0,02%.
Os três municípios com a maior participação de indígenas foram Tocantínia (52,7%), Goiatins (21%) e Itacajá (17%). Por outro lado, 14 cidades não tiveram declaração de pessoas indígenas e as menores proporções foram de Nova Olinda e Praia Norte, ambas com percentuais de 0,01%, seguidas de São Sebastião do Tocantins, com 0,02%.
Envelhecimento populacional
O índice de envelhecimento, representado pelo número de pessoas com 60 anos ou mais em relação a um grupo de 100 pessoas de até 14 anos de idade, foi de 53,8 no Tocantins, indicando que, em 2022, havia quase 54 tocantinenses de 60 anos ou mais para cada 100 pessoas de até 14 anos. Quanto maior o valor do indicador, mais envelhecida é a população.
Em 2022, a população preta apresentou o índice de envelhecimento mais elevado no Tocantins (92), seguida da amarela (87,2) e branca (60,5). Os menores índices de envelhecimento foram da população parda (47,2) e indígena (18,2). Todos os grupos tiveram aumento considerável no índice de envelhecimento quando comparados a 2010.
Na população total do Censo de 2010 havia apenas 29,5 tocantinenses de 60 anos ou mais para cada 100 pessoas até 14 anos. A população preta, naquele ano, também registrou o índice de envelhecimento mais elevado (53,7), seguida pela população branca (33,5) e amarela (28,3). Os pardos (26) e indígenas (16) também tiveram os menores índices.
Cenário nacional
Em 2022, cerca de 92,1 milhões de pessoas se declararam pardas, o equivalente a 45,3% da população do país. Desde 1991, esse contingente não superava a população branca, que chegou a 88,2 milhões (ou 43,5% da população do país). Outras 20,6 milhões se declaram pretas (10,2%), enquanto 1,7 milhão se declararam indígenas (0,8%) e 850,1 mil se declaram amarelas (0,4%).
Na comparação entre as regiões, a região Norte tinha o maior percentual de pardos (67,2%), a região Sul mostrou a maior proporção de brancos (72,6%), o Nordeste registrou o maior percentual de pretos na sua população (13,0%) e de indígenas (4,3%) e o Sudeste tinha a maior proporção (0,7%) de população amarela.
Entre os estados, o maior percentual de pardos foi do Pará (69,9%), a maior proporção de brancos foi do Rio Grande do Sul (78,4%) e o maior percentual de pretos foi da Bahia (22,4%). Os maiores percentuais de população amarela estavam em São Paulo (1,2%) e a maior participação de indígenas foi de Roraima (15,4%).
Sobre a pesquisa
O Censo Demográfico é a principal fonte de referência sobre as condições de vida da população em todos os municípios do país e em seus recortes territoriais internos. Os resultados do universo da população por identificação étnico-racial, segundo idade e sexo, do Censo 2022 apresentam a distribuição da população residente no país segundo grupos etários e sexo, além de alguns indicadores derivados dessas informações para Brasil, grandes regiões, unidades da federação, concentrações urbanas e municípios e para o recorte da Amazônia Legal.