Atividades físicas, mesmo as mais leves, realizadas horas antes dos testes, podem melhorar a velocidade de processamento da memória

Não faltam estudos que mostram como os exercícios físicos são capazes de prevenir o Alzheimer e as doenças que levam ao declínio cognitivo. Entretanto, pesquisadores americanos descobriram que os benefícios de longo prazo das atividades também se traduzem em melhorias mais imediatas para o cérebro.
O estudo feito por médicos da Universidade de Penn State revelou resultados além do que eles esperavam: o cérebro de quem tinha se exercitado até três horas antes da realização dos testes, mesmo em exercícios mais leves, como uma caminhada, tiveram resultados nos testes cognitivos condizentes com os de uma pessoa quatro anos mais jovem.

 

Como foi feita a pesquisa?

 

A pesquisa, publicada em outubro na revista Annals of Behavioral Medicine, foi feita com 204 voluntários que tinham entre 40 e 65 anos sem histórico de comprometimento cognitivo. O estudo acompanhou os dados de saúde dos participantes ao longo de nove dias.

Os voluntários entravam em um aplicativo seis vezes por dia, aproximadamente a cada 3,5 horas, e relatavam se desde o último check-in haviam feito atividades físicas e de qual intensidade: leve, moderada ou vigorosa.

Eles eram solicitados a jogar dois “jogos cerebrais” a cada visita ao app. Um era projetado para avaliar a velocidade do processamento cognitivo e o outro analisava a memória de trabalho (o indivíduo devia seguir uma ordem de tarefas).

 

Exercício aumentou processamento do cérebro

 

O rejuvenescimento cerebral propiciado pelo exercício foi relacionado à prova de velocidade de processamento. Embora a memória de trabalho não tenha tido melhoria relevante nos resultados, o tempo de resposta diminuiu, o que reflete a alteração na velocidade de processamento.

“Ficamos mais lentos à medida que envelhecemos, tanto física quanto cognitivamente. A ideia aqui é que podemos neutralizar isso momentaneamente por meio do exercício”, explica o neurologista Jonathan Hakun, líder da investigação.

A melhora foi observada independentemente da atividade ser de menor intensidade, como passear com o cachorro ou fazer tarefas domésticas, ou de maior intensidade, como correr por horas.

As pessoas que relataram ser ativas com mais frequência experimentaram maiores benefícios de curto prazo em comparação com aquelas que praticavam menos exercícios em geral.

Os pesquisadores não têm certeza do que causa a melhora imediata na velocidade de processamento, mas acreditam que a maior oferta de sangue e as doses de hormônio lançadas pelo corpo após o exercício podem explicar o fenômeno.

 

(Fonte: Metrópoles)