Mesmo se as duas Coreias ainda não se reconciliaram, a retomada de negociações entre Pyongyang e Seul já tem repercussões na região. Uma delas é o aumento de número de turistas na Coreia do Norte. Vindos principalmente da China, eles atravessam a fronteira para descobrir um dos países mais fechados do mundo, mas também para degustar frutos do mar.

As agências de turismo chinesas não esperaram o fim das sanções internacionais visando a Coreia do Norte para investir no país.

Desde a visita do enviado especial de Pequim para participar das cerimônias do 70° aniversário da fundação da República popular e democrática da Coreia no dia 9 de setembro, tem aumentado o número de roteiros de viagem propondo programas do lado norte-coreano da fronteira.

“Estamos prevendo uma explosão de visitas durante a festa nacional chinesa, que começa em outubro”, declarou à RFI a representante de uma agência de viagens em Hunchun, cidade fronteiriça entre a Rússia e a Coreia do Norte. Os pacotes duram um ou dois dias e por apenas 100 yuans (R$ 5) é possível atravessar os rios Tumen e Yalu, que separam os dois países.

No entanto, se engana quem pensa que os turistas cruzam a fronteira apenas para saber como vivem os vizinhos em um dos países mais fechados do mundo. O programa favorito desses viajantes é principalmente gastronômico. “Nossos guias levam os clientes para um mercado de frutos do mar na cidade de Raeson, na Coreia do Norte”, explica o representante da agência.

“Os turistas escolhem o que querem comer em um grande reservatório cheio de água e, em seguida, eles preparam o prato na sua frente. Os norte-coreanos não tem condições financeiras para consumir esse tipo de produto e o país precisa de turistas chineses para ganhar dinheiro”, analisa. Uma refeição em um desses restaurante custa 300 yuans (cerca de R$ 180).

Segundo a agência sul-coreana Yonhap, os trens com destino a Pyongyang estão cada vez mais lotados de visitantes curiosos. Após dois anos de interrupção, a companhia norte-coreana Air Koryo também retomou, em 13 de setembro, os voos entre a capital Pyongyang e o porto de Dalian, no nordeste chinês.

Fonte: G1/Por RFI