A queda na temperatura e a chuva que iniciou nesta madrugada, e se estendeu durante o período da manhã desta quinta-feira, 16, fez com que muitos tocantinenses voltassem a retirar o casaco de frio do armário. O clima ameno deve seguir, com algumas variações, até o final desta semana, segundo previsão do Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos (Nemet/RH) da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins).
De acordo com o meteorologista da Nemet/RH, José Luiz Cabral, apesar do senso comum, as chuvas que ocorrem no mês maio, principalmente na Capital, não são atípicas.
“Ainda não há o que se falar de chuvas atípicas nesta região, principalmente em Palmas. Na nossa memória climatológica, a gente tem registro de chuva nesse mês. O que explica essa mudança no clima de ontem para hoje é que temos um grande sistema atmosférico meteorológico atuando na região mais central do país que está jogando muito mais umidade na nossa região, produzindo essas chuvas”, explicou José Luiz Cabral.
Segundo o meteorologista, praticamente todas as regiões do Tocantins registraram chuvas e quedas de temperatura desde a quarta-feira, 15, se intensificando nesta quinta-feira. “Para os próximos dias, os modelos matemáticos já prevêem uma redução desse quantitativo de chuva. O tempo ainda vai ficar instável nos próximos dias, mas deve voltar a ficar firme a partir de domingo [19]”, afirmou.
Fim do período chuvoso
O período chuvoso no Tocantins começou no mês de outubro de 2018, e, em abril desse ano, iniciou a transição para o período de estiagem. Em 2019, o total acumulado de chuvas teve maior volume no mês de março, com chuvas irregulares e mal distribuídas nas regiões do Tocantins.
“Do ponto de vista climatológico, os estudos trazem muita incerteza se o fim do período chuvoso acontecerá no final maio, de junho ou de julho. No meu entender, quanto mais demorar findar, melhor para o Estado. Eu sempre enfatizo a questão do déficit hídrico, já que estamos fechando o quinto ano consecutivo com redução da quantidade de chuva”, informou.
José Luiz Cabral destacou também que duas regiões do Tocantins são as mais afetadas com a irregularidade no índice de chuvas e o longo período de estiagem. “Temos a região sudeste que, recorrentemente, precisamos utilizar dos carros pipas para manter o abastecimento hídrico urbano e, não menos importante, a região de Lagoa da Confusão, que também sofre com redução das chuvas e é local muito importante para a agricultura do Tocantins”, pontuou.
Temperatura mais alta
Uma informação importante repassada pelo meteorologista da Nemet/RH é que a temperatura tem aumentado nos últimos dez anos. “Nós estamos acompanhando esse aumento da temperatura, principalmente da temperatura máxima. Tem sido recorrente, principalmente nos últimos dez anos, que a temperatura média global tem aumentado, principalmente pela ocorrência de grandes fenômenos meteorológicos como o El Niño”, afirmou.
Segundo o meteorologista, essa falta de chuva ou um grande intervalo desses eventos de chuvas tem contribuído para que as temperaturas máximas cheguem a patamares muito acima das normais climatológicas. “Nessa última semana, por exemplo, as temperaturas máximas no Tocantins chegaram em torno de 36 graus, o que é muito para essa época do ano”, concluiu José Luiz Cabral.
Nemet/RH
O Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos realiza pesquisas nas áreas de recursos hídricos, agrometeorologia e climatologia, fundamentais para o desenvolvimento dos setores da agropecuária, de abastecimento público e elétrico, sendo, também, responsável pela coordenação do monitoramento hidro (agro) climático no Estado do Tocantins.
Esse núcleo disponibiliza a sociedade, via internet, a previsão do tempo para os sete dias da semana para todos os 139 municípios do Tocantins e a previsão do clima para 3 meses de todas as regiões do Tocantins.
Para conferir a previsão do tempo, basta acessar o site: https://simeto.unitins.br/wrf/index.
fonte: SECOM – TO Jornalismo