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O consumidor residencial de energia pode ter acesso ao mercado livre – em que escolhe o seu fornecedor – até 2030. A afirmação é do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista.

Segundo Silveira, o governo trabalha para garantir o acesso das classes média e baixa ao mercado livre de energia. Hoje, só grandes consumidores, como indústrias, podem negociar preços e escolher fornecedores, enquanto o consumidor residencial fica restrito à distribuidora local.

“Nós estamos trabalhando para que a gente possa ampliar a condição da classe média e do pobre, do menos favorecido, entrar no mercado livre. Eu quero acreditar que a gente tem condições de fazer isso até 2030”, declarou Silveira.

De acordo com o ministro, essa seria uma forma de baratear a conta de luz para esse público, que hoje está no mercado regulado – ambiente em que os consumidores compram apenas da distribuidora local.

“Ao mesmo tempo em que nós somos o grande protagonista de energias limpas e renováveis, temos a melhor matriz do mundo, do planeta e continuamos avançando nesse caminho, temos uma energia para o consumidor regulado que não é nada barata”, afirmou.

Para a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), o desenho de como vai funcionar essa migração é o principal ponto de alerta. Isso porque há muitos contratos de geração de energia pagos pelo mercado regulado, e a depender de como a migração for feita, quem continuar comprando das distribuidoras vai arcar com essas despesas.

“É importante a abertura do mercado, mas tem que ser precedida de alguns ajustes para que possa impedir que o mercado regulado continue sendo onerado pela migração de consumidores para o mercado livre”, afirmou Marcos Madureira, presidente da entidade.

Madureira explica que o impacto na conta de luz do mercado regulado se dá porque fontes de energia mais caras, como as usinas térmicas – que, apesar de mais poluentes, garantem a produção de energia em momentos de escassez hídrica – são cobertas pelo mercado regulado.