Rogério Tortola- Gazeta do Cerrado

O secretário de saúde do Tocantins, Renato Jaime, foi sabatinado na noite desta terça-feira, 18, na Assembleia Legislativa, durante audiência pública de prestação de conta sobre o segundo quadrimestre de 2018.

A audiência foi conduzida pelo deputado José Bonifácio (PR) e contou com a participação de membros do Conselho de Saúde e da Promotora de Justiça Roseli de Almeida Pery.

 Dados

Jaime foi o primeiro a falar e pontou alguns avanços conquistados. Ele apresentou os dados onde a receita arrecadada foi de R$ 4,465 bilhões, deste total 19,25% foi aplicado na saúde.

A taxa de mortalidade, segundo os dados, cresceu de 12 para 13 óbitos a cada mil nascidos. Assistência básica era realizada por 81 médicos, com a interrupção do programa Mais Médicos, hoje existem apenas 26 profissionais atuando no Estado. Ressaltou que 640 profissionais estão cedidos aos municípios o que custa a R$ 72 milhões anua.

Aumentou acima de 35% o percentual de cirurgias realizadas se comparado com 2017, a secretária deve fechar o ano com mais de 5 mil cirurgias realizada, segundo os dados apresentados.  10.600 quimioterapias foram realizadas, e falando deste segmento, prometeu devolver, em breve, o serviço de radioterapia em Araguaína.

Foto: Josy Karla

MPE

A primeira a falar foi a promotora que criticou a falta de autonomia do gestor, que submete a um grupo gestor qualquer pagamento da pasta.

Apontou a falta de credibilidade do Estado, por não honrar seus pagamentos com os fornecedores. Citou a precariedade do hospital D. Regina que não possui alvará do corpo de bombeiros e coloca em risco as mulheres ali atendidas.

Destacou ainda e falta de emprenho na área de imunização e as emendas destinadas ao Hospital do Amor do Tocantins (Hospital do Câncer).

“Como vamos destinar estes milhões de reais para um hospital privado em detrimento da nossa rede publica? Estou inconformada, como promotora de justiça, com essas emendas” ,desabafou Roseli.

Foto: Josy Karla

Deputados

Em seguida o deputado Paulo Mourão (PT), questionou a falta de investimentos, na saúde, apontou o crescimento de 30% na mortalidade infantil no Estado e também a falta de autonomia do gestor.

Mourão quis saber detalhes da contratação da empresa Sancil para a gestão do lixo e perguntou sobre o pagamento de pedágio (propina) para que os fornecedores recebam.
O deputado Zé Roberto demonstrou preocupação com a questão da aplicação do veneno da soja e o impacto na saúde da população.

Jorge Frederico citou a situação do Hospital Regional de Araguaína e pediu atendimento emergencial para os pacientes da ortopedia do hospital, que aguardam mais de 60 dias para serem operados.

Elenil da Penha quis saber quais municípios estão sem atendimento devido a saída dos médicos cubanos e também sobre as 640 servidores cedidos pela secretária.

Respostas

Após os deputados apresentarem seus questionamentos Renato Jaime começou responder a partir de três pontos de vista, sobre a perspectiva da herança, cenário, soluções.
Considerou que os pacientes da ortopedia é uma preocupação, já que mais 30% dos leitos são ocupados com demandas da ortopedia.

Ações educativas, com participação de vários órgão ligados ao trânsito, estão sendo estudadas, segundo o secretário.

Sobre o impacto do veneno da soja na saúde da população respondeu que já existem ações estão seno pensadas também. Apontou que teria reduzido a dívida da pasta de R$ 150 milhões para cerca de R$ 100 milhões.

Defendeu a destinação de recursos para o Hospital do Amor, que de acordo com ele, faz um trabalho diferenciado e desta forma contribui para saúde da população.

Garantiu que todos os trâmites legais para contratação da Sancil foram seguidos.
Desta forma Renato Jaime deixou de responder vários questionamentos, o que o irritou alguns deputados e a audiência foi encerrado pelo deputado Bonifácio que demonstrava a todo momento preocupação com horário.