A atriz Beatriz Segall, que tinha mais de 70 anos dedicados aos palcos e à televisão brasileira, morreu nesta quarta-feira (5) aos 92 anos, em São Paulo. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Hospital Albert Einstein. A causa da morte não foi divulgada.
Segundo o G1, desde o dia 17 de agosto a atriz estava internada em São Paulo. No dia 24, segundo o Estadão, a atriz teve alta. Porém, a família pediu sigilo e privacidade em relação ao motivo da internação e o período de sua estadia no hospital. Por isso, não foram divulgados boletins médicos e a causa da morte ainda não é conhecida.
Nos últimos anos, a atriz se machucou gravemente em duas ocasiões.
Em 2013, tropeçou em pedras portuguesas soltas em uma calçada da Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro, e ficou pelo menos 20 dias em casa para se curar de um grande hematoma em seu rosto. À época, o ex-prefeito Eduardo Paes pediu desculpas à atriz.
Em 2015, a atriz caiu do palco durante a apresentação da peça Nine – Um Musical Feliniano, em São Paulo. Naquela ocasião, passou por uma cirurgia no braço direito e acabou substituída no espetáculo.
Odete Roitman foi a personagem que marcou a carreira de Beatriz Segall na TV brasileira. Até quem nasceu depois dos anos 90 conhece o clássico bordão: “Quem matou Odete Roitmann?”.
A associação com a sofisticada personagem da novela de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères foi tanta que Segall passou a receber apenas convites para papéis refinados, como o de Odete.
“Odete Roitman é uma personagem que vai ficar na história; não por um valor meu, mas por tudo o que a novela reuniu. Até hoje eu sou chamada de Odete na rua. Em Cuba me chamaram de Dona Odete”, disse a atriz à Memória Globo.
“Criou-se um mito, que atrapalha um pouco, de sempre fazer papel de chique, de bem-vestida. Eu queria fazer o papel de uma mulher bem povão, mas o público não aceitou”, completa.
Em entrevista ao programa Provocações, em 2014, Segall abordou a questão da velhice na teledramaturgia brasileira.
Questionada por Antônio Abujamra se ela ainda era escolhida para viver novos papéis na televisão, a atriz que deu vida à Odete Roitman, de Vale Tudo – uma das maiores vilãs da TV brasileira – respondeu:
“O Brasil é um país onde os velhos têm muitas concessões e direitos. Eu viajo um pouco e vejo que em outros países não há essa consideração com os velhos. Mas por outro lado, em teatro, cinema e televisão os velhos não têm muita vez. Não são muito chamados, não são muito úteis, não são muito necessários. Então, eu realmente não recebo muitos convites não.”
A última participação da atriz na TV foi na série Os experientes, em 2015.