Brasília já pode ser classificada como uma típica metrópole brasileira, ao completar seus 59 anos de existência. A conclusão é baseada na taxa de homicídios registrada pelo Mapa da Violência de 2018, elaborado pelo Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
A taxa é de 26,5 casos a cada 100 mil habitantes, acima de São Paulo, Florianópolis, e Vitória.
De acordo com o urbanista e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) José Carlos Coutinho, a violência tem a ver com a desigualdade socioeconômica entre o Plano Piloto e as regiões administrativas e, também, entre as cidades do Entorno, que ficam em Goiás, e o Distrito Federal.
Coutinho afirma que, embora Brasília tenha nascido como um “bebê saudável”, à medida que foi crescendo, ficou a “cara do pai, que é o Brasil”. Isso quer dizer que as mesmas contradições e desigualdades do país existem na capital.
O Atlas Brasil, também do Ipea, mostra que a renda per capita, ou seja, por pessoa, na região metropolitana formada pelo Distrito Federal e Entorno cresceu 42% ,entre 2000 e 2010, e houve redução de pobres e de extremamente pobres.
O índice de Gini, uma ferramente que mede a desigualdade, ainda aponta uma concentração de renda alta e variou pouco nesse período. Saiu de 0,65 para 0,64. E, quanto mais perto do número 1, mais concentração de renda existe.
Outra característica atual é o número de automóveis da capital do país. Segundo o Denatran, o Departamento Nacional de Trânsito, são quase 1 milhão e 300 mil carros emplacados em Brasília, abaixo apenas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte. Tem mais lugar no carro que habitantes em Brasília.
Esses dados foram retirados da reportagem especial dos 59 anos da capital brasileira escrita por Gilberto Costa, para a Agência Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Fonte: EBC
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