Brener Nunes – Gazeta do Cerrado

Considera-se bioconstrução tudo aquilo que agrega o menor impacto ambiental e que venha de recursos naturais. Também chamada de construção natural, é a maneira de se construir ambientes usando recursos naturais, locais e renováveis. Normalmente, terra, pedra, madeira, bambu, palha e outros materiais que dependem da disponibilidade dos recursos do lugar, a cultura as condições climáticas, explica o bioconstrutor Dennis Margera à Gazeta do Cerrado.

Dennis conta que a bioconstrução é um tipo de conhecimento tradicional que foi desenvolvido por todas as culturas ao redor do mundo, então, tem milhares de anos aí de desenvolvimento. E tem vários benefícios a nossa saúde, além, dessa questão ambiental de se estar utilizando recursos renováveis, que não tem processo de queima, emissão de carbono, não é industrializado igual o cimento. “Por exemplo, uma parede de terra tem capacidade de conservar a temperatura ambiente, porque ela demora transferir o calor, no caso aqui no Tocantins, que é muito quente, a parede tá ali recebendo aquele calor ali o dia inteiro, mas ela demora a transferir aquele temperatura para a parte de dentro, então você consegue ter um conforto térmico melhor”, diz.

Ele complementa contando que além da parede de terra amenizar o calor, ela também ajuda a manter a umidade do ar. “ Ela respira e troca de umidade com o ar. Se o ar está mais úmido ela absorve a umidade, se o ar está mais seco, ela dispersa essa umidade”.

Além dos benefícios para a saúde, a construção natural também traz benefícios sociais. Dennis também ensina técnicas de bioconstrução, onde pessoas que nunca tiveram contato com a prática, posso construir sua própria casa, pois segundo Margera, é algo muito empoderador, o são utilizados materiais naturais e de baixo custo.

O bioconstrutor conta que existe preconceito devido ao processo de desenvolvimento e industrialização. “Hoje com todo esse desenvolvimento, a humanidade ainda vive em casas de terra, e de todas as construções que foram tombadas como patrimônio da humanidade pela Unesco, a metade delas são construções de terra”.

Dennis exemplifica que existem casas de terra que estão intactas a mais de 3 mil anos. “a humanidade ainda vive em casas de terra, e de todas as construções que foram tombadas como patrimônio da humanidade pela Unesco, a metade delas são construções de terra. A gente tem casas de terra aí que tem 3 mil anos e estão de pé até hoje. Tem países igual o Iêmen, o Marrocos, Israel, eles têm construções que possuem até quatro, cinco andares, tudo de terra, sem concreto armado, sem coluna de madeira”, conta.

(Arquivo Pessoal)

Curso

O curso terá duração de três dias, começa neste sábado, 28, das 8 às 17 horas. Continuando no domingo, 29, das 8 às 17 horas. “Vamos abordar várias técnicas de bioconstrução. Entre elas, o adobe, o pau a pique, que são mais tradicionais aqui no Brasil, o superadobe, o hiperadobe, que são técnicas mais modernas de terra ensacada. Vamos trabalhar com revestimentos naturais, rebocos naturais, tintas. Vamos fazer um forno à lenha. E é aí. Emissão do certificado depois e alimentação vegetariana já trabalhando essa proposta de baixo impacto ambiental”, afirma Margera.

Destinado ao público máximo de dez pessoas.

CRONOGRAMA:

Dia 28/04 (sábado)

08:00 – Abertura com café

08:30 – Apresentação e roda de conversa

09:00 – 10:00 – Yoga | Breve introdução teórica sobre construção natural

10:00 – 12:00 – Atividade prática (produção de tijolos de adobe)

12:00 – 13:30 – Almoço e intervalo

14:00 – 17:00 – Atividade prática (assentamento de tijolos de adobe, confecção de uma parede)

Dia 29/04 (domingo)

08:00 – Abertura com café

09:00 – 12:00 – Atividade prática de assentamento de pedras estilo frisado para fundação e/ou parede de pedra

12:00 – 13:30 – Almoço e intervalo

14:00 – 17:00 – Atividade prática de acabamentos naturais (reboco grosso e fino) e tinta natural
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Ao final, como resultado do curso teremos iniciado a construção de um banheiro, cuja continuação se dará em cursos futuros onde serão abordadas tecnologias sociais certificadas de saneamento ecológico em sistema de Bacia de Evapotranspiração (BET) para tratamento da água negra (água com fezes humanas) e círculo de bananeira para tratamento da água cinza (água de pias e chuveiros).
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FACILITADOR:

O curso será ministrador por Dennis Margera, Advogado, 30, Permacultor e Bioconstrutor desde 2013, idealizador do EcoCentro Sabiá de Permacultura, membro do Coletivo de Bioarquitetura Adamá.
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* Investimento, inscrições e mais detalhes por e-mail:
[email protected]

(Arquivo Pessoal)