Equipe Gazeta do Cerrado

A Gazeta do Cerrado foi procurada por vários integrantes da comunidade  que afirmam que a nomeação para direção do Colégio Estadual Família Agrícola José Porfírio de Souza em São Salvador do Professor Lucione de Souza Batista aconteceu sem dialogar com as comunidades onde a unidade escolar está inserida. “O governo do Estado do Tocantins através da
Secretaria da Educação, Juventude e Esporte reabre os conflitos nas comunidades”, afirmam líderes da comunidade.

O CEFA José Porfírio de Souza surgiu como uma ideia por volta de 2002 quando
da construção da UHE Peixe Angical e torna se uma realidade em 2015 quando da
doação pela prefeitura de São Salvador do Tocantins das estruturas físicas da Escola
Municipal Piabanha e as comunidades reassentadas cedem através de uma parceria os
centros comunitários que passa a ser utilizado como: alojamentos, cozinha e refeitório.

As aulas iniciaram em 06 de março de 2016, com 126 estudantes distribuídos em 5
turmas sendo 6º, 7º, 8º, 9º ano e 1ª série do curso Técnico em Agropecuário Integrado ao
Ensino Médio. A comunidade afirma que durante os três primeiros anos de funcionamento, a gestão anterior constituída de forma democrática, a partir do diálogo com as comunidade e famílias envolvidas nesse processo de construção da unidade escolar, foi transformando os seus espaços na maioria das vezes com parcerias e mutirões, com participação efetiva das comunidades.

Com uma disciplina rígida o colégio buscou com muitas dificuldades cumprir com
sua missão: “Ser um colégio que oferta ensino de excelência no campo, construindo
os arranjos produtivos para o desenvolvimento regional, a partir dos instrumentos
da Pedagogia da Alternância”, missão que está constituída no Projeto Político
Pedagógico – PPP da unidade escolar, alcançando nota 4.6 no IDEB já na primeira
avaliação.

Conforme a comunidade, a unidade escolar em janeiro ficou sem direção e sem servidor contratado, tendo em vista ser uma escola com 100% dos profissionais em regime de contrato. Desta forma um grupo se organizou de forma voluntária cumprindo o calendário escolar no que tange a realização das matriculas, limpeza e organização da unidade escolar para garantir o início das aulas, de forma que os estudantes não fossem prejudicados.

Com o retorno das aulas o governo garantiu a presença dos professores, vigias, merendeiras, coordenadora pedagógica,
inspetora e coordenador de área que até o momento não tiveram seus contratos
realizados, pois o governo está trabalhando à educação com pagamentos em forma de
indenização, sem vínculo nenhum com os profissionais e nem a garantia de contrato
futuro.

O governo nomeou no dia 13 de março, o
professor Lucione de Souza Batista, para a direção da unidade escolar e o Sr. José
Moreira, uma das lideranças das comunidades, afirma que desta forma a parceria Colégio
e comunidade termina, uma vez que o diálogo acabou e que a comunidade estará solicitando que o Colégio retire os seus equipamentos presentes nos alojamentos,
refeitório e cozinha, tendo em vista que o referido prédio em que se encontram instalados
pertencem as Associações dos Reassentamentos do Piabanha I e II.

O Sr. José Alves de Abreu, presidente da Associação dos produtores rurais reassentados, coloca que a associação sempre esteve aberta para o diálogo e o novo diretor que representa a Secretaria de Educação do Estado do Tocantins ao invés de dialogar para
manutenção da parceria teria acionado o Ministério Público, “ameaçando tomar o que é
nosso, aquilo que conquistamos em um duro processo de luta durante a construção da
UHE Peixe Angical e que é algo que utilizamos no dia a dia da comunidade”, alega.

Com o fim da parceria entre as comunidades e o Colégio Estadual Família Agrícola
José Porfírio de Souza o mesmo corre sérios riscos de fechar, uma vez que os
alojamentos, refeitório, cozinha e as áreas onde estão as unidades de produção como:
Pecuária de Leite, avicultura, suinocultura, horta e sistema agroflorestal, pertencem á
comunidade.

As lideranças afirmam ainda que na última quarta-feira (20/03) estava
agendada uma reunião onde estaria presente um representante da SEDUC, juntamente
com os pais e ou responsáveis, comunidade e o novo gestor, mas infelizmente a
secretaria não se fez presente e nem justificou a sua ausência.

Diretor e Seduc

A Gazeta tenta contato com o diretor citado pela Associação mas não conseguiu até o fechamento desta matéria. Nossa equipe tenta ouvir ainda o Ministério Público e a Seduc sobre o assunto.