A senadora e pré-candidata ao governo do Tocantins, Kátia Abreu (PDT-TO), reuniu nesta terça-feira (24) especialistas e gestores em saúde pública para colaborarem na construção de um projeto de governo direcionado à área. Para a senadora, a saúde no Tocantins está “estrangulada” devido à gestão ineficiente, e não à falta de recursos.
Estiveram com a senadora o doutor Júlio Dornelles, diretor da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre – instituição que é referência nacional em gestão e atendimento de excelência -, a ex-secretária de Saúde de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, Sandra Fagundes, e os secretários de saúde Juliana Pinheiro (município de Peixe), Jean Coutinho (Araguaína) e Vânio Rodrigues (Gurupi).
Em pronunciamento no plenário do Senado, Kátia Abreu questionou a eficiência do gasto em saúde no Tocantins. De acordo com dados do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), o Tocantins é o terceiro estado que, proporcionalmente à sua população, mais gastou recursos públicos (estaduais e federais) em saúde no ano passado. Foram R$ 939,56 gastos por habitante enquanto a média nacional é de R$ 442,47 (veja tabela abaixo).
“Com relação ao Tocantins, eu posso dizer que, apesar de ter o terceiro maior gasto do país, com certeza tem uma das três piores saúdes do Brasil. Se estamos em terceiro lugar nos gastos e a nossa saúde é uma das três piores do Brasil, para onde está indo esse dinheiro? Como ele tem sido gasto?”, disse a senadora durante pronunciamento.
O grupo de gestores e especialistas se debruçou em dados que mostram que, embora o Tocantins aplique 23% do seu orçamento em saúde, quase 90% desses recursos são destinados à mão de obra. “A média nacional é gastar no máximo 60% com folha de pagamento e 40% com insumos, novos equipamentos, manutenção, lavanderia. Mas, com apenas 10% a 15%, não sobra dinheiro para nada”, destacou a senadora.
Kátia Abreu lembrou ainda que há 5,8 mil pessoas à espera de cirurgia no estado, das quais 80% são de baixa complexidade. “A saúde do Tocantins está pedindo socorro, está na UTI e não podemos esperar mais para reverter o quadro”, afirmou.
“Eu tenho esperança. O Tocantins tem jeito. É um estado forte, de gente trabalhadora. Só precisa de um bom administrador com experiência, espírito público e pulso firme”, concluiu a senadora.