Desde janeiro de 2022, o Tocantins já registrou 402 acidentes com motociclistas. Os dados são da Secretaria Estadual da Saúde e desse total, 135 pessoas não resistiram aos ferimentos.
No entanto, os números podem ser ainda maiores, visto que o levantamento leva em consideração apenas a internação acima de 24 horas, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como acidente graves e fatais.
“Os acidentes, na sua maioria, são queda ou colisão com objeto fixo. Se tinha uma impressão de que o condutor do automóvel não respeitava o motociclista, mas as mortes com motociclistas, em sua maioria, não têm relação com os automóveis”, explicou o agente de trânsito, Zuilton Chagas.
No último sábado (23), um acidente grave envolvendo duas motocicletas deixou duas pessoas mortas e duas feridas, no bairro de Areia, município de Babaçulândia, norte do Tocantins.
Testemunhas informaram à Polícia Militar que duas motocicletas trafegavam em sentido contrário, na Rua Luiz Martins Aguiar, quando bateram de frente.
Segundo o Instituto Médico Legal (IML) de Araguaína, os mortos foram identificados como Guilherme Silva de Castro, de 20 anos, e Gesiane Sousa Carvalho, de 22. De acordo com a PM, duas adolescentes, de 11 e 13 anos, ficaram feridas.
Em Palmas, a maior parte dos acidentes com vítimas fatais acontece nas rodovias. O fator determinante é o excesso de velocidade. O perito Francisco Soares argumentou que dentro da área urbana, além do excesso de velocidade, outros fatores contribuem para os acidentes.
“Nós podemos dizer que dentro do perímetro urbano isso se dá em virtude da imprudência, consumo de bebida alcoólica, do excesso de velocidade e ainda tem o agravante de o motociclista em algumas situações estar usando o celular enquanto pilota”, disse o perito.
O pedreiro José Roberto Gomes sofreu um acidente de trânsito há alguns meses. Ele transportava, na carretinha, um engenho de moer cana e o carrinho de picolé, quando sofreu um acidente na TO-050, rodovia que liga Palmas a Porto Nacional.
“Eu voltava de Porto Nacional, eu tinha ido lá para resolver uns problemas. Eu fui mais um colega meu. Ele tem um engenho de moer cana, a gente foi aproveitar o dia, moer cana e vender picolé. Quando estávamos voltando, a caminhonete bateu na carretinha, jogou a gente dentro do mato”, relembrou.
O pedreiro sofreu ferimentos e precisou fazer uma cirurgia em um dos braços. Vai demorar a voltar para o trabalho.
“Como vocês estão vendo, minha mão está inchada. Vou ter que ser acompanhado pelo médico para ver. Ele quem vai decidir quando eu posso voltar a trabalhar”.