O digital influencer Django Frutas sofreu um ataque racista nesta semana em Palmas – Foto -Divulgação/Instagram
Equipe Gazeta do Cerrado
O número de crimes raciais aumentaram no Tocantins em comparação com o mesmo período de 2021. Em 2022 já são 14 denúncias, contra três do ano passado. Mas o número pode ser ainda maior, já que muitas pessoas que recebem as ofensas não buscam seus direitos.
O mais recente e que gerou muita repercussão foi o do Django Frutas, vendedor de frutas e digital influencer de Palmas, que antes de ter seu carro no qual trabalhava incendiado, sofreu um ataque racista e foi chamado de ‘nêgo macaco’. Um jovem de 28 anos, natural na Venezuela, foi preso pelo crime. (Leia sobre o assunto nas reportagens da Gazeta do Cerrado no final desta matéria).
De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitica (IBGE), 11,7% da população do estado se considera negra, 67,8% se define como parda e 19,1% como brancas.
A jornalista e especialista em comunicação étnico racial, ativista Maju Cotrim explica que no Tocantins existe uma falta de debate sobre o assunto no Estado em instituições e vários espaços.
“O racismo ainda é tratado infelizmente como um questão pontual no entanto é estrutural e ainda não tem o espaço de debate nem políticas como merece no Tocantins”, analisou.
Ainda segundo a jornalista que acompanha o tema no Estado há 17 anos e palestra sobre o assunto, enquanto não houver consciência do mal social que o racismo representa infelizmente os crimes aumentarão.
“A compreensão do racismo e seus efeitos de exclusão precisa ter a importância, indignação e reação que merece. Eu mesma diariamente sou alvo de muitos episódios e falas lamentáveis o que mostra que há muito ainda o que evoluir no Tocantins”, disse.
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