Após um longo julgamento que durou dois dias, quatro homens – sendo dois ex-policiais militares – acusados de formar um grupo de extermínio foram condenados. O júri popular foi realizado em Colinas do Tocantins e terminou por volta das 23h30 desta terça-feira, 18. Juntas as penas somam quase 100 anos. Eles começaram a ser julgados na segunda-feira,17, por crimes supostamente cometidos em 2016. A acusação é de que o grupo cobrava dinheiro de empresários para encontrar e matar os suspeitos de assaltos.

O ex-policial militar Gildevan das Neves Sales foi condenado a 27 anos, cinco meses e dez dias de prisão. Francisco de Assis Duarte do Nascimento, que também era militar na época dos fatos, vai pegar 15 anos, sete meses e 15 dias de prisão. Os dois vão responder por tentativa de homicídio e lesão corporal grave.

Eles já estavam presos no 6º Batalhão da Polícia Militar em Palmas e após o júri foram levados de volta para lá. A informação é que há um pedido para que os dois sejam transferidos para a Casa de Prisão Provisória de Palmas, já que eles foram excluídos da corporação no ano de 2017.

A investigação contra eles começou após uma tentativa de homicídio. Thales Souza Costa, que não tem passagem pela polícia, foi baleado com cinco tiros. Ele sobreviveu, mas acabou ficando paraplégico.

Outros dois homens que integravam o grupo miliciano também receberam condenação: Luciano Gomes Santos Almeida pegou 29 anos e quatro meses de prisão. Ele está preso na cadeia em Bernardo Sayão. Já Deusiran da Silva Sousa foi condenado a 27 anos, dois meses e 20 dias de prisão. Ele está preso em Paraíso do Tocantins.

Segundo a Comarca de Colinas do Tocantins, a decisão pela condenação foi unânime entre os jurados.

Entenda

Na época do crime, em 2016, a Polícia Civil informou que o então militar Gildevan das Neves tinha uma empresa de segurança. Após ter conhecimento de crimes praticados em comércios e chácaras o grupo procurava as vítimas para oferecer o serviço de matar os possíveis autores dos crimes.

O inquérito apontou que o grupo cobrou R$ 6 mil de um empresário para matar um adolescente suspeito de assaltar um estabelecimento comercial. Durante o depoimento, Almeida disse que recebeu R$ 500 de Neves para atirar no adolescente.

No dia do crime, o grupo não teria encontrado o adolescente e acabou baleando o irmão dele, Thales Souza costa. Os acusados foram presos pela polícia ainda em março de 2016.

A polícia ainda afirmou, na época, que o grupo era suspeito de envolvimento em outros homicídios.

Fonte: G1 Tocantins