Uma confusão em Palmas após manifestação de sábado na capital rendeu vários capítulos.

Primeiro, Glaucia Branquina, mãe de um adolescente, fez um vídeo acusando um advogado de agredir seu filho que é apoiador do candidato Bolsonaro.

Leia a versão dela:

“Meu filho Fernando Alencar Branchina de 14 anos, foi a pessoa que foi agredida por estar usando uma camiseta do Bolsonaro”, disse.

Relato da Mãe do adolescente:

Nós moramos na Quadra 106 Norte, em um prédio que fica próximo a Praça dos Povos Indígenas, onde o Fernando e o amigo Lucas Manzano andam de bicicleta toda tarde. No dia 29 eles já estavam retornando da praça para o apartamento, quando duas jovens que vinham da manifestação #EleNão, passaram pelo Fernando e xingaram ele de fascista, logo depois veio uma outra senhora acompanhada desse Edy Cesar, que também chamou o Fernando de fascista e mandou ele estudar. O Fernando retrucou e falou pra discutirem as propostas dos candidatos, momento em que o Edy cesar ameaçou o Fernando. O Lucas pediu pra o Fernando tirar a camiseta do Bolsonaro e filmar a placa do carro. Foi quando o agressor veio com um bastão de basebol e uma faca. O Fernando Foi salvo por Deus e por um spray de gengibre, que disparou contra o agressor enquanto corria e pedia socorro. Dois carros pararam, e as pessoas seguraram e levaram o agressor.

Segundo informação que eu peguei no face do agressor: Edy Cesar, tem 36 anos, é Advogado e pertence a Comissão dos Diretos Humanos da OAB.

O Fernando conseguiu filmar uma parte da agressão, mas a bateria do celular acabou na hora da confusão.

Assista o vídeo que contém o início da suposta agressão.

O advogado Edy César se manifestou sobre o episódio e negou a agressão.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Após participar da mobilização pacífica em repúdio a candidatura de Jair Bolsonaro #elenão realizada em Palmas neste sábado, 29, no Parque dos Povos Indígenas, afirmo publicamente que NÃO COMETI NENHUMA AGRESSÃO CONTRA NINGUÉM, muito menos contra uma CRIANÇA.

Acompanhado da minha família, esposa, filha e amigos que havia participado do ato, aconteceu o seguinte fato: ao me dirigir para o estacionamento percebi duas pessoas, sem camisa, jogando pedras nos veículos que estavam parados próximos à praça e ofendendo manifestantes.

Diferente do que foi afirmado nas redes sociais locais, no ocorrido não houve NENHUM TIPO DE AGRESSÃO. Ou seja, não houve nenhuma agressão, lesão ou confronto corporal.

Preocupado com a segurança das pessoas que estavam próximas a mim, apenas pedi com firmeza para que os meninos se retirassem dali e parassem com provocações em um ambiente que não tinha essa finalidade. Afinal, a mobilização contou com a participação de crianças, jovens, mulheres e várias pessoas idosas que se mobilizaram pacificamente.

A pessoa em questão, ao contrário do que vem sendo afirmado, estava descamisado, depredava veículos e proferia ofensas e xingamentos às pessoas que passavam, intimidando os participantes com o spray de pimenta que portava.

A notícia é tão falsa que o vídeo postado nas redes sociais não mostra absolutamente nenhuma violência física contra qualquer pessoa .

Defendo e sempre defendi a democracia e a liberdade de expressão. Não acredito em violência e nunca agi dessa forma. Diferente do que as pessoas que apoiam a candidatura do deputado Jair Bolsonaro pregam.

Vale destacar que a mobilização de ontem teve como objetivo justamente isso: mostrar que o caminho que queremos seguir é o do respeito às diferenças, da paz, amor, direitos iguais e da busca por uma sociedade mais igualitária. Esses são os valores que carrego comigo.

Reafirmo, não pratico ou pratiquei nenhuma violência.
Acredito e confio que a Justiça será feita.

Edy César 

OAB também se manifestou sobre o ocorrido e emitiu nota sobre o fato.

NOTA

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Estado do Tocantins, por meio de sua Diretoria, vem manifestar-se sobre o vídeo que viralizou nas redes sociais, em que supostamente o Presidente da Comissão de Direitos Humanos teria agredido um adolescente de 14 anos.

Na semana que antecede as eleições, em que grupos se manifestam democraticamente nas ruas, nas redes sociais, conforme permite a Constituição Federal, a OAB/TO vem à público reafirmar o direito de reunião, direito de expressão, mas, sempre com respeito e dignidade.

A Entidade rejeita quaisquer atos de violações ao Estado Democrático de Direito, bem como, qualquer ato de violência, física ou verbal.

Informa ainda o afastamento do membro da Comissão e pugna pela ágil e competente apuração dos fatos e responsabilidades, zelando sempre pelo devido processo legal.

Por fim, a OAB TO repudia atos de intolerância e toda manifestação de ódio e por essa razão, seguirá firme acompanhando as apurações e definições de eventuais responsabilidades de membros inscritos em suas fileiras.

O compromisso da OAB TO é com o cumprimento da Constituição Federal e assim seguirá seu mister.

Palmas/TO, 1º de outubro de 2018.