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A reunião da Câmara dos Vereadores de Miracema desta sexta-feira (30) terminou em confusão, gritaria e objetos sendo arremessados. A sessão tinha sido marcada para debater um pedido para remanejar parte do orçamento da Prefeitura no exercício de 2023.
A sessão foi encerrada por causa dos ânimos exaltados, enquanto vereadores da base e da oposição discutiram no plenário.
Em nota, a prefeitura afirmou que lamenta o episódio ocorrido durante sessão da Câmara Municipal de Vereadores e espera que o interesse público prevaleça. (Veja a nota completa abaixo).
Confusão e gritaria
A confusão teria começado depois que o contador do município não recebeu a oportunidade para explicar questões técnicas relacionadas ao pedido para remanejar parte do orçamento.
Nas imagens é possível ver o momento em que o presidente da Câmara, Agenor Alves de Oliveira, conhecido como Cabo Agenor (SD), encerra a sessão pela segurança do local.
Nesse momento, a primeira secretária da Casa, Tânia Precata (PSD) liga o microfone e chama atenção para o que chamou de “falta de respeito com a comunidade”. Na sequência, o vereador Núbio Gomes (MDB) fala algo com o microfone desligado e grita para a vereadora calar a boca.
É neste momento em que a confusão aumenta.
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A vereadora se levanta e, da mesa diretora, grita e discute com Núbio Gomes. Aos gritos, Tânia alega que o vereador a xingou e pede respeito. “Ele me chamou de vaca! O senhor me respeita!”. Núbio continua a discussão, mas não é possível ouvir.
Nesse momento, outro vereador e líder da oposição, Cirilo Douglas (União), levanta e vai em direção a Núbio. Eles discutem e há um princípio de briga. É possível ver que Cirilo joga um objeto em direção a Núbio, que revida lançando uma agenda.
Outros vereadores e pessoas que estavam no plenário agem para apartar a briga.
A confusão fica generalizada. Tânia Precata continuava alegando que tinha sido xingada pelo colega. “Eu estou aqui representando nós mulheres e vocês viram do que ele me chamou? Ele me chamou de vaca! De vaca! Respeita! Eu estou aqui representando a sua mãe”, disse.
Nesse momento, algumas pessoas que estavam assistindo à sessão gritavam que não tinham escutado o xingamento. Enquanto ela era levada para fora do plenário, bradava que sofria de outro crime: “isso é feminicídio”. (Feminicídio é o crime de homicídio contra mulheres causada pela violência de gênero).
A Polícia Militar foi acionada e informou que conteve os vereadores.
O g1 conversou com dois envolvidos na confusão e com a prefeitura, para entender a situação. A vereadora Tânia Precata foi procurada, mas não respondeu. A presidência da Câmara também não retornou aos contatos.
Veja abaixo o que dizem os vereadores Núbio Gomes e Cirilo Douglas:
Posicionamento de Núbio Gomes
Segundo o vereador Núbio Gomes (MDB), da base da prefeita, foi solicitada a participação do contador do município para esclarecer questões técnicas envolvidas no pedido de remanejamento do orçamento enviado à Câmara. Ele alega que o presidente da Câmara retirou a fala do contador por ter sido pedido pela Prefeitura.
Documento enviado pelo vereador indica que o pedido foi feito pelos próprios vereadores, seguindo as recomendações legais da Casa.
Sobre os xingamentos que teriam sido direcionados à vereadora, Núbio se defende e disse que pediu respeito. “Eu falei pra ela me respeitar, não chamei ela de nada e ela começou a gritar que eu xinguei ela, mas só pedi respeito”, diz Núbio Gomes.
Em relação à briga com o vereador Cirilo, Núbio afirma que o colega levantou e o agrediu. “Ele jogou a placa na minha cabeça e eu revidei tacando a agenda nele”, diz.
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Posicionamento de Cirilo Douglas
Cirilo Douglas (União) alega que a base aliada da prefeita na Câmara teria incentivado a participação da população na reunião para tumultuar a sessão.
Sobre a briga com o vereador Núbio, ele conta que a discussão começou ainda na sala da presidência, antes do início da sessão. “Eu fui pra cima dele, pra falar pra ele não gritar com a vereadora. Pra ele respeitar a vereadora. Ele xingou ela”, diz Cirilo.
O parlamentar ainda alega que agiu em defesa de Tânia. “Foi causado pela ação verbal que ele fez com a vereadora. Aquilo não se faz com ninguém, já que é a única mulher que temos no parlamento. Ela representa todas as mulheres”, alega.
O que diz a Prefeitura
O g1 conversou com a prefeita de Miracema, Camila Fernandes (MDB), que não quis gravar entrevista e preferiu se manifestar por meio de nota, que segue abaixo:
A Prefeita de Miracema, Camila Fernandes, lamenta o episódio ocorrido nesta sexta-feira, 30 de junho, durante sessão da Câmara Municipal de Vereadores, e espera que o interesse público prevaleça visto que a aprovação da alteração da Lei Orçamentária Anual é extremamente importante, inclusive para viabilizar o pagamento da folha salarial e outros serviços públicos essenciais.
Fonte – Por G1 Tocantins