Senadores e deputados negaram nesta quarta-feira (30) que haverá alguma alteração na relação entre governo e Legislativo após reportagem do Jornal Nacional que revelou que um dos suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) teria visitado o apartamento do presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro.
“Se for verdade é caso de impeachment, se não cabe uma retratação a ele”, disse o senador Cid Gomes (PDT-CE). O pedetista disse que o caso não tem relação com a articulação política e que é algo que a polícia deve investigar e esclarecer.
O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), negou que a oposição vai usar o inquérito politicamente e disse que hoje a articulação de Bolsonaro com o Congresso não existe.
“Não vamos trabalhar em cima disto. Queremos apenas uma investigação isenta” declarou.
“Pra mim esse assunto não dura muito. Também não há articulação, a base é pequena”, afirmou o líder do Cidadania na Câmara, Daniel Coelho (PE).
O líder do PDT no Senado, Weverton Rocha (MA), segue a opinião dos colegas de partido: “É um caso que a polícia está investigando e, no momento, é preciso observar e ver onde vai dar”.
O deputado Sostenes Cavalcante (DEM-RJ), ex-coordenador da bancada evangélica, afirma que este episódio fortalece Bolsonaro em vez de enfraquecer. “Isso só fortaleceu o presidente. Solidariedade pela injustiça cometida”, falou.
O líder do DEM no Senado, Rodrigo Pacheco (MG), também nega que o presidente tenha relação com a morte da ex-vereadora. “Isso está me parecendo uma história sem pé nem cabeça”, disse o senador mineiro.
Porteiro mencionou Bolsonaro
Nesta terça-feira (29), o Jornal Nacional divulgou que o porteiro do condomínio de Bolsonaro, no Rio de Janeiro, havia mencionado o nome do militar em um depoimento à polícia do Rio, no âmbito da investigação que apura o assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes.
De acordo com a reportagem, o funcionário afirmou que um dos suspeitos de matar a vereadora esteve na região horas antes do crime e teve autorização de alguém identificado como o “senhor Jair”, na casa 58, onde mora o presidente, para entrar.
O ex-policial Elcio Queiroz, no entanto, dirigiu-se para a casa de outro suspeito que também mora no condomínio, Ronnie Lessa. Naquela data, Bolsonaro estava em Brasília, participando de atividades na Câmara. Ambas as informações estavam na reportagem da Globo.
Fonte: Congresso em Foco