Diferente das demais faxineiras, a Veronica usou a criatividade e o bom humor para divulgar os serviços do Faxina Boa, que hoje tem mais de 30 mil seguidores, entre fãs e clientes!
Mãe de dois filhos, a vida dela começou a mudar quando a empresa em que trabalhava como atendente de telemarketing decretou falência. Zerada, ela perdeu sua casa e foi morar num cortiço com seus filhos e mais 40 pessoas, dividindo um único banheiro. Pra “facilitar” toda essa mudança, ela desenvolveu crises de ansiedade e enfrentou uma depressão que a levou para um hospital psiquiátrico por duas semanas.
Quando foi liberada, a Veronica começou a fazer serviços de faxina nas casas dos amigos. Só que, esperta como ela é, percebeu que isso renderia muito mais que o salário do call center, e começou a expandir seus clientes.
Até aqui, a história dela não se diferencia muito das milhões de mulheres que ganham a vida com trabalhos domésticos no Brasil – o maior contingente de empregadas do mundo! Segundo dados de 2017 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o país emprega cerca de 7 milhões de pessoas no setor. São três empregados para cada grupo de 100 habitantes.
Para se diferenciar dentro da categoria, ela criou anúncios fora do óbvio com montagens feitas em cima de cartazes de filmes e séries famosas, como Dr House, Orange is the new black, Kill Bill e Star Wars. As montagens fizeram sucesso no Facebook e foi aí que a Veronica entendeu que tinha um balde de ouro nas mãos, ou melhor, de água sanitária!
Ela criou a página Faxina Boa para divulgar seu trabalho e não parou por aí. Na fanpage, Veronica faz crônicas das delícias e dos perrengues de se trabalhar com serviços domésticos – e haja perrengue! Ser faxineira não é um mar de rosas muito por conta do olhar preconceituoso e elitista que as pessoas têm sobre a profissão. “Por prestar um serviço doméstico, as pessoas acham que sou inferior a elas”, conta a faxineira ao canal ter.a.pia.
Mas isso não deixa a Veronica coagida, muito pelo contrário, ela tem orgulho de ser faxineira e poder causar bem-estar a outras pessoas de sua maneira: deixando a casa nos trinques! Mesmo que seja para os clientes que acreditam que ser prestador de serviço é um subemprego.
Aliás, subemprego é um termo que ela abomina, até porque os serviços prestados pelo motorista do ônibus, pela manicure e pelo barman da balada são tão importantes quanto quem presta serviço como publicitário, advogado ou médico. “Não existe subemprego a partir do momento em que uma pessoa está fazendo algo que outra pessoa não consegue ou não quer fazer”, desabafa.
E quando pensa sobre o que ainda gostaria de conquistar com o Faxina Boa, ela espera poder ajudar as pessoas, seja inspirando ou ensinando com suas histórias de vida ou fazendo com que cada vez mais gente encontre seu propósito. A Veronica sente muito orgulho de poder empoderar à sua maneira suas seguidoras, que vivem do trabalho doméstico ou que em algum momento quase perderam a esperança.
Confira a história da Faxina Boa na sessão 47 do canal ter.a.pia:
Fonte: Razões para Acreditar
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