As palavras ‘superação’ e ‘alegria representam bem Pietro Cabral, de 11 anos, que nasceu com paralisia cerebral e se tornou um atleta tocantinense nas Paralimpíadas Escolares de 2024, em São Paulo (SP). Após voltar da competição, ele realizou um sonho: ser homenageado com uma carreata. O momento foi postado nas redes sociais e emocionou internautas.

“Pietro significa superação. Ele ficou preocupado de ir para a competição e não trazer medalhas, só que expliquei para ele que apenas de ir já era uma conquista. Mas Pietro é competitivo e trouxe as medalhas que tanto queria, foi uma conquista mais dele”, contou Mirian Rocha Cabral, mãe do menino.

Pietro estuda na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Barrolândia, região centro-oeste do estado. Segundo a mãe, ele havia pedido à diretora da instituição, Rozielen Afonso Gomes, para realizar uma carreata.

“Fiquei surpresa ao saber que ele [Pietro] havia pedido uma carreata pela cidade, isso mostra a esperteza e a inteligência, ele que escolheu as pessoas que estariam no carro aberto. Penso assim, que o raciocínio dele foi além do que eu esperava, fiquei muito feliz”. 

Ainda conforme Miriam, o filho se emocionou ao ver a carreata. “É muito surpreendente a reação dele, pela alegria ao ver que aquela carreata era para ele. Pietro quis mostrar que conseguiu trazer as medalhas e ser homenageado, muito emocionante de ver”. 

História do Pietro 

Pietro nasceu com paralisia cerebral, na cidade de Formoso do Araguaia, após complicações durante o parto. A mãe, Miriam, explica que devido a uma queda de pressão que teve durante a cirurgia, o jovem atleta nasceu com sequelas que afetaram o sistema motor e a fala.

“Tive uma queda de pressão durante a cesariana de Pietro e devido a esta complicação ele teve uma paralisia cerebral. O Pietro ficou internado em Gurupi, mas como lá não tinha o neonatal, fomos transferidos para o Hospital Dona Regina em Palmas”. 

Segundo a mãe, Pietro ficou mais 18 dias internados, porém o laudo da paralisia foi confirmado três meses depois do nascimento. 

“Recebi o laudo definitivo três meses depois da internação, a médica disse que ele havia sofrido uma paralisia cerebral, e que as sequelas não iam deixá-lo andar ou falar. Ela me disse que ele seria uma eterna criança, mas como mãe não aceitei”, disse emocionada. 

Pietro realizou várias sessões com fisioterapeutas e com fonoteraupeutas, quando se mudou com a família para Barrolândia.

“Durante o tratamento, procurei a Apae daqui, porque é completa e ia auxiliar no atendimento que ele [Pietro] precisava e ele evoluiu muito. Hoje ele pronuncia algumas palavras e consegue andar”, relatou Miriam.  

Segundo a mãe, o interesse pelo esporte surgiu quando começaram as atividades do tratamento na Apae e pediu para participar das Paralimpíadas Escolares 2024 e dos Jogos Estudantis do Tocantins e Parajets. 

Conquistas 

Pietro competiu nas Paralimpíadas Escolares 2024, realizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, entre os dias 25 a 29 de novembro. Ele ganhou uma medalha de prata no Lançamento de Pelotas e duas de bronze, no atletismo. 

O atleta tocantinense também ganhou três medalhas de ouro nos Jogos Estudantis do Tocantins e Parajets deste ano, em Palmas nos dias 10 e 11 de setembro, nas mesmas modalidades.