Desde o surgimento da Covid-19, o CFMV – Conselho Federal de Medicina Veterinária e Zootecnia e os conselhos regionais estão em campanha, desmentindo falsas notícias de que gatos e cães podem se contagiar e transmitir o novo coronavírus. Várias pesquisas científicas foram feitas e nada foi comprovado que os pets podem contrair a doença e ainda transmiti-la de forma direta.
O que pode acontecer, é que, como um tapete, tendo contato com o vírus, o animal também pode carregá-lo em sua pelagem e patas e assim de forma indireta, transmitir a doença para seus tutores. Por isso, os médicos veterinários e cientistas pedem para que os passeios com os animais sejam evitados e se o tutor estiver doente, não tenha contato com o pet. Dessa forma, evita-se que o animal seja transmissor indireto do vírus para outras pessoas.
Segundo a presidente do CRMV Tocantins, Márcia Helena da Fonseca, cães e gatos têm outros tipos de coronavírus, sendo os sintomas diferentes da Covid-19, além disso os humanos são imunes aos dois tipos de coronavírus que acometem gatos e cães. “Defendemos a verdade e a verdade é que até agora não ficou provado de que os pets transmitem a doença. Este tipo de informação só gera mais sofrimento e abandono de animais. Não façam isso. Devemos ter cuidado, mas não devemos abandonar os animais”, disse a médica veterinária.
Para entender mais sobre o assunto, o CFMV preparou uma série de perguntas e respostas para a população. Veja abaixo!
O coronavírus é transmitido pelos animais? Devo evitar contato com os meus pets?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que, até o momento, não há evidência significativa de que animais de estimação possam ficar doentes ou transmitir o novo coronavírus.
Mesmo assim, a recomendação é de que pessoas infectadas evitem o contato com seus cães e gatos e também façam quarentena de convivência com eles.
Se o animal não transmite o novo coronavírus, nem pega a Covid-19, por que não posso ficar perto do meu pet se eu estiver com o coronavírus?
Realmente, não há comprovação científica de que o animal transmita o novo coronavírus (SARS-Cov-2), mas o tutor infectado, ao espirrar ou tossir, poderá espalhar partículas com vírus na pelagem do animal. Até o momento, não há informações de que o animal em si desenvolva a doença, mas se o pelo estiver contaminado e outra pessoa o tocar, não há garantia de que não haverá transmissão. Nesse momento de incertezas, todo cuidado faz a diferença para evitar o contágio.
Existe um coronavírus que atinge o cachorro?
SIM, existe o coronavírus canino, que atinge o trato gastrointestinal de cães, podendo desencadear um processo de diarreia e vômito. Mas o homem é resistente a esse vírus, que não tem nada a ver com o novo coronavírus, que causa a Covid-19 e ataca as vias respiratórias.
Tem vacina para o coronavírus de cachorro? Humanos podem tomá-la?
As vacinas múltiplas, como a V-8 e a V-10, imunizam o cachorro contra o corononavírus canino, que não é o mesmo que está se espalhando agora, causando a pandemia. Essas vacinas não podem ser aplicadas em humanos e não são eficazes contra a Covid-19.
Como devem ser as consultas veterinárias em domicílio?
Os médicos-veterinários devem redobrar os cuidados com a higiene; usar o máximo de material descartável possível, inclusive o jaleco; e reservar os resíduos para dar a destinação adequada, especialmente o material biológico. Assim como no atendimento em clínicas, orientar que apenas um tutor acompanhe a consulta para evitar concentração de pessoas.
Meu animal está internado. Posso visitá-lo?
Durante o período crítico de surto do novo coronavírus, recomenda-se que os tutores evitem visitar os animais internados. Também sugere-se que os serviços que não são de urgência e emergência sejam reprogramados, para não haver uma exposição desnecessária nesse momento crítico de propagação do novo coronavírus.
O médico-veterinário pode fazer atendimento a distância?
NÃO, o atendimento a distância continua proibido, conforme determina o Código de Ética do Médico-Veterinário. A consulta clínica deve ser presencial, seja no consultório ou em domicílio, mas sempre que possível, de forma restrita, individualizada, reduzindo aglomerações.
Como deve ser a higienização dos estabelecimentos veterinários?
Os médicos-veterinários devem ser mais severos com a higienização dos ambientes, limpando o recinto a cada atendimento. Limpar, principalmente, o mobiliário e os utensílios que tiveram contato direto com o animal ou com o tutor, como mesas, bancadas, instrumentos, cadeiras e tudo o que foi utilizado durante o atendimento dos pacientes. As recepções também devem intensificar a limpeza.
Não abandone os animais!
O abandono de animais é inaceitável e já era um problema de saúde pública no Brasil, antes mesmo da ameaça do novo coronavírus (SARS-Cov-2). Uma vez que cachorros e gatos errantes, sem vacinação e cuidados de saúde, além de indefesos, são potenciais transmissores de zoonoses, aquelas doenças transmitidas de animais para seres humanos, como raiva, leishmaniose, leptospirose, toxoplasmose e outras. Como afirmado anteriormente, não há ainda relação de transmissão da Covid-19 por animais. Dessa forma, reforça-se a necessidade de que as pessoas pratiquem a guarda responsável, cuidem da saúde dos seus pets e mantenham as medidas necessárias para evitar a propagação de doenças. (Fonte: CFMV)
Ascom CRMV Tocantins
Andressa Figueiredo
Palmas, 01 de abril de 2020.