Lucas Eurilio/Repórter Gazeta do Cerrado

O nome de um Centro Municipal de Educação Infantil de Palmas (Cmei), na quadra 106 Sul, está causando polêmica, isso, porque o vereador do Partido Socialista Cristão (PSC), Felipe Martins, enviou para a Prefeitura da capital, um Projeto de Lei que altera o nome do Cmei Arco-Íris para Romilda Budke Guarda, que segundo o parlamentar é uma das primeiras moradoras da quadra.

O motivo da mudança, se deu porque o vereador afirma que o símbolo do arco-íris promove o que ele chamou de “homossexualismo”.

“O objetivo é homenagear uma das pioneiras de Palmas como reconhecimento pelos relevantes sérvios prestados. Apesar de ser um símbolo do cristianismo, também é usado para promoção do homossexualismo”.

Ainda de acordo com as informações, o nome Arco-Íris foi escolhido pela própria comunidade.

A emenda foi aprovada e sancionada sem vetos pela prefeita Cinthia Ribeiro no último dia 9 de julho. Publicação está no Diário Oficial do Município.

Organização Mundial da Saúde e Homossexualidade

Sufixo ismo foi retirado da palavra homossexual em 1973 . – Reprodução Google Imagens

A terminação “ismo” foi retirada da palavra homossexual ainda na década de 70, quando os movimentos LGBTQI+ começaram a lutar por direitos iguais em várias partes do mundo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), entendeu que a homossexualidade não é uma doença e a retirou do Código Internacional de Doenças (CID), no dia 17 de maio de 1973.

Após a decisão, o sufixo ismo também foi desvinculado a orientação sexual e da ideia de alguma doença. A partir desta data, a comunidade LGBTQI+ passou a celebrar o dia Internacional de Combate à Homofobia.

No Brasil, o pesquisador Antônio Carlos Queiroz, escritor do livro Politicamente Correto e Direitos Humanos/Pesquisa e Texto, disse que a palavra homossexualismo tem uma forte carga pejorativa, ligada à crença de que a orientação homossexual seria uma doença, uma ideologia ou um movimento político que as pessoas aderem de maneira voluntária.

Essa é a segunda vez que um assunto sobre sexualidade e gênero são alvo de polêmicas nas escolas municipais da capital.

Em 2016, O vereador também do PSC, João Campos, apresentou um requerimento sobre o tema na Câmara de Vereadores.  O projeto proíbe até hoje que profissionais da educação discutam sobre identidade de gênero e diversidade sexual nas escolas de Palmas.

Em uma nota de repúdio publicada pela Aliança Nacional LGBTI, a entidade cita vários trechos da bíblia que fala sobre arco-íris. Entre eles, o livro de Gênesis que diz, “Toda vez que o arco-íris estiver nas nuvens, olharei para ele e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies que vivem na terra”.

Em outro trecho da nota, a entidade diz ainda que sob argumentos que desconsideram a realidade e a história dos movimentos LGBTI’s, o vereador decide ser cúmplice das históricas agressões físicas e morais contra a comunidade LGBTI no Brasil e no mundo, em especial no nosso município. Pela imposição de sua estreita visão ideológica, impede ainda o debate sobre as políticas públicas da qual este segmento da população palmense tanto necessita. Políticas públicas de saúde, de educação, de segurança, de inserção social, de criminalização da homofobia, dentre tantas outras políticas necessárias.

Concluímos, lembrando ao sr. Vereador que o segundo maior mandamento bíblico é AMAR AO TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO, e o advertimos que a hipocrisia por meio de suas atitudes e falas, revelam ideais que Cristo não compartilharia. Concitamos a todos a manterem-se nas fileiras dos combates pela transformação da realidade, contra as formas de opressão e incitação ao crime de ódio.

Confira aqui na nota da íntegra