Jeff Ribeiro, músico e compositor
Jeff Ribeiro, músico e compositor

Por Marco Aurélio Jacob

Os editais culturais têm se consolidado como um dos principais instrumentos de fortalecimento da economia criativa no Brasil. No Tocantins, a Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) e a Lei Paulo Gustavo (LPG) transformaram o cenário artístico e cultural, injetando recursos diretamente em projetos que movimentam cidades, formam plateias, geram renda e fortalecem a identidade cultural local.

Mais do que simples mecanismos de repasse financeiro, essas políticas representam um investimento estruturante em toda a cadeia produtiva da cultura — do artista ao técnico de som, do figurinista ao designer gráfico, do produtor audiovisual ao artesão que expõe nas feiras e festivais.

Gil Doliath , compositora

Economia Criativa e geração de oportunidades

A produtora executiva Karla Lisboa, que atua em diferentes frentes de produção cultural, resume bem a importância desses mecanismos:

Karla Lisboa, produtora cultural

“Edital é um caminho para quem quiser viver de arte.”

Segundo ela, os editais abrem portas para novos profissionais e criam um ecossistema mais sustentável, no qual artistas, produtores e técnicos podem planejar suas carreiras e projetos com mais autonomia e profissionalismo.

Karla também ressalta que o setor cultural é, hoje, uma alternativa real de geração de renda e desenvolvimento econômico local. “A economia criativa é um mercado com potencial de expansão, e os editais ajudam a impulsionar quem está começando, profissionalizando e conectando diferentes linguagens artísticas.”

Impacto direto nas cidades e na vida cultural

Os efeitos dessas políticas são visíveis em praticamente todos os municípios tocantinenses. Projetos viabilizados pela Lei Paulo Gustavo e pela Aldir Blanc movimentam o comércio, geram turismo e reativam espaços culturais que estavam ociosos.

Feiras de arte, festivais de música, mostras audiovisuais e oficinas culturais ampliam o acesso à cultura e fortalecem a economia local, injetando dinamismo e criatividade nos territórios.

Um exemplo desse impacto é o Festival dos Compositores, já na quinta edição, que reúne talentos de todo o estado.

Marcio Kleber, proponente do projeto Noite dos Compositores

“Estamos na 5ª edição, muita gente talentosa passou por aqui, e queremos realizar mais edições ano que vem também”, afirma o produtor Márcio Kleber, proponente do projeto.

A iniciativa, viabilizada por meio de edital, descobriu e revelou novos artistas, consolidando o Tocantins como um celeiro de compositores e intérpretes com identidade própria.

Formação de identidade e fortalecimento do turismo cultural

Além do impacto econômico, os editais cumprem um papel simbólico essencial: o de fortalecer a identidade tocantinense. Cada projeto revela parte da diversidade cultural do estado — suas festas populares, tradições indígenas, expressões quilombolas, gastronomia, artesanato e sonoridades regionais.

Ao estimular o protagonismo local, essas políticas públicas contribuem para a construção de uma narrativa autêntica do Tocantins, que se reflete também no turismo. O visitante não busca apenas belas paisagens, mas experiências culturais singulares, e os projetos fomentados pelos editais ampliam essa oferta, posicionando o estado como um destino onde cultura e natureza convivem em harmonia.

Cultura como motor de desenvolvimento

A PNAB e a LPG demonstram que investir em cultura é investir em desenvolvimento humano, social e econômico. Cada projeto executado movimenta profissionais, redes comunitárias e novos negócios criativos, além de formar público e valorizar as expressões locais.

Essas políticas culturais reforçam a ideia de que a arte não é um luxo, mas um direito e uma potência transformadora. E, em estados como o Tocantins, representam também um instrumento estratégico para o fortalecimento do turismo, da autoestima e da identidade regional.

Os editais da Aldir Blanc e da Paulo Gustavo não apenas garantem a sobrevivência da arte, mas estruturam um ecossistema de criação, circulação e sustentabilidade que muda o panorama das cidades, promove inclusão e projeta o Tocantins no mapa da cultura brasileira contemporânea.

Foto Marco Jacob 2023
Marco Jacob

Diretor Geral, COO, CFO e Colunista.

Marco Aurélio Jacob cursou Comunicação Social - Publicidade e Propaganda (UP - Curitiba), especializado em Comunicação e Semiótica pela PUC-PR e Cultura e Antropologia pela UFT. Produtor Cultural, atuou como professor universitário e tem publicações no Brasil e no exterior. Atua nas áreas de Web, Cinema, Rádio e Televisão.

Marco Aurélio Jacob cursou Comunicação Social - Publicidade e Propaganda (UP - Curitiba), especializado em Comunicação e Semiótica pela PUC-PR e Cultura e Antropologia pela UFT. Produtor Cultural, atuou como professor universitário e tem publicações no Brasil e no exterior. Atua nas áreas de Web, Cinema, Rádio e Televisão.