
Hoje é o dia em que o Tocantins se encontra consigo mesmo. A partir das 16h, o Espaço Cultural de Palmas será o palco de um dos eventos mais significativos do ano para a cultura regional: o 1º Encontro de Blocos do Tocantins em conjunto com o Festival de Culturas Populares e Tradicionais. A realização é do Coletivo Meu Bloco, com entrada totalmente gratuita e estrutura aberta para que o público possa trazer suas cadeiras e aproveitar a celebração com conforto.
O evento representa a culminância de um projeto que nasceu da vontade de integrar as múltiplas vozes do estado. “Hoje não é apenas uma data no calendário. É a materialização de um sonho coletivo de ver a batucada das ruas da capital dialogando com os saberes ancestrais do interior. É o Tocantins inteiro se reconhecendo e celebrando sua própria força”, declarou Jaqueline Vieira, cofundadora do Meu Bloco, em clima de expectativa.
Programação começa às 16h com convite à imersão cultural
Ao contrário de eventos convencionais, a proposta incentiva que o público chegue cedo e faça do local um ponto de encontro. A organização sugere que os frequentadores tragam suas cadeiras de praia e bebidas, criando uma atmosfera de confraternização comunitária.
A sequência artística foi cuidadosamente planejada para criar uma jornada emocional e cultural. A abertura ficará por conta de uma Roda de Capoeira, seguida pela contagiante Grande Roda de Sussa. Ao longo da noite, o público será conduzido por uma verdadeira viagem sonora pelo estado: da espiritualidade dos Congos e Taieiras de Monte do Carmo à levada do forró com o Trio Bacana; da energia ancestral do Lindô, vindo da comunidade quilombola do Cocalinho, em Santa Fé do Araguaia, ao samba de roda com o Tô Pagodeira.
Um encontro de gerações e significados
Um dos momentos mais aguardados é o encontro entre o Grupo de Sussa Tia Ângela, de Santa Rosa, e o Coletivo Toca Ballroom. “É a prova viva de que o ancestral e o contemporâneo não só conversam, como se fortalecem. São duas expressões de resistência e identidade afrodiaspórica que, juntas, contam uma história ainda maior”, explicou Phillipe Ramos, produtor do evento.
A batucada promete ficar por conta da Bateria Boto Fé Nesse Carna, que fará uma apresentação especial convidando o rapper Masterholic para um momento de fusão entre percussão e poesia urbana. O encerramento será energético, com o som característico da Móia Cumbia.
Mais que um evento, um movimento
Para Thalia Batista, produtora do Coletivo, o evento simboliza um novo capítulo na cena cultural palmense. “Isso aqui é movimento. É sobre ocupar espaços públicos com significado, sobre criar memória afetiva e sobre garantir que as futuras gerações saibam de onde vêm e para onde podem ir, artisticamente falando”.
O evento conta com recursos da Lei Aldir Blanc, operacionalizados pela Fundação Cultural de Palmas, reforçando o papel das políticas públicas na manutenção e difusão da cultura regional.