Maiores de 60 anos representam apenas 11% dos contaminados no Estado, mas somam 73% dos óbitos

 

Praticamente, a cada dez idosos no Tocantins que é contaminado pela Covid-19, um morre. Dados oficiais analisados pela Gazeta do Cerrado mostram que taxa de letalidade entre os maiores de 60 anos é de 9%. Nas pessoas com idade inferior, o percentual despenca para 0,35%.

A estatística dos casos de Covid e da letalidade no público dos idosos no Tocantins são preocupantes. Eles estão no centro das mortes quando são acometidos pela doença, geralmente transmitida até por familiares. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Tocantins possui cerca de 120 mil idosos.
O isolamento dos idosos se mostra vital e pode salvar vidas. Também há a necessidade de políticas específicas no transporte público, horários especiais em supermercados passando ainda pela atitude da família de preservar estes entes.

De acordo com os dados oficiais da Covid-19, o Tocantins alcançou 46.364 mil infectados pela doença neta quarta-feira, 27 de agosto. O total de pessoas acima de 60 anos contaminadas pelo vírus era de 5.059, ou seja, 11% do total de casos.

No entanto a letalidade entre idosos, como já ressaltado, é de 9% e nas pessoas abaixo de 60, 0,35%. A letalidade geral do vírus no Estado é de 1,33%.

Os óbitos de pessoas abaixo de 60 anos é representam 26,74% (166 pessoas) do total de mortes. Já os óbitos de pessoas acima de 60 anos representam 73,26 % (455 idosos).

Nesta quarta-feira, o total de óbitos alcançou o contingente 621 vítimas.

Exclusão

A Gazeta do Cerrado conversou com o professor Dr. especialista em Gerontologia e coordenador da UMA no Tocantins, Luiz Sinesio Neto sobre a situação dos idosos nas estatísticas da pandemia.

“As atitudes com os idosos que circulam na internet durante o COVID-19 fazem algumas pessoas pensarem que a pandemia é um problema do idoso. O termo científico utilizado para essas atitudes negativas, falsas crenças e preconceitos em relação aos idosos é o “ageismo”. As taxas de letalidade elevadas nos idosos reforçam a exclusão dessa parcela populacional. Precisamos inverter essa lógica, devemos proteger os mais vulneráveis, como os idosos. A crise atual destaca um perturbador discurso público sobre envelhecimento que questiona o valor da vida dos idosos e desconsidera suas valiosas contribuições para a sociedade”, disse.

Por Maju Cotrim