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As pessoas tutoras de gatos e cachorros estão receosas em Palmas. A capital registrou 35 casos de maus-tratos a animais, por envenenamento. Especificamente na quadra Arse 132 (antiga 1306 Sul), vários gatos domésticos aparecem mortos nos últimos dias.

 

Um desses gatinhos foi o da pedagoga Luciana Nóbrega. A moradora se assustou quando encontrou o animal sem vida. “Foi revoltante, porque você adota o animal com 15 dias de nascido e a gente tinha vários gatinhos e foi morrendo… tinha mais de 7 gatos e agora estamos com dois, mas não é de agora. A gente criava os gatinhos desde sempre e esses gatos vem morrendo”, relata a moradora.

 

A pedagoga registrou um boletim de ocorrência para formalizar a denúncia. Moradora do local há sete anos, agora ela sente medo de perder os gatos que cuida com as filhas. “A gente adota, mas a gente fica com aquele aperto no coração porque quando você adota um animal você imagina que vai cuidar, castrar, vermifugar e imagina que o gatinho vai ficar idoso e vai morrer nas suas mãos até o final, só que aquilo não acontece”, comenta.

 

O envenenamento é um dos crimes de crueldade contra animais. De acordo com a Secretaria Estadual da Segurança Pública, em 2022 foram registrados 211 casos de maus-tratos no Tocantins. Somente neste ano, foram mais de 100 registros. O advogado membro da comissão de proteção e direito dos animais da OAB/TO, Ademir Teodoro de Oliveira, aponta que os envenenamentos têm sido causados por produtos comprados nos comércios da cidade, o que também é crime.

 

“Esté comprovado estatisticamente que utilizam um veneno chamado chumbinho e esse veneno não é caseiro, ele é adquirido principalmente no comércio, vendido clandestino e ilegalmente. A empresa/loja/comércio que vende está sujeito à interdição, à cassação do alvará, ao fechamento do comércio. O empresário, proprietário da loja, está sujeito a pena de 10 a 15 anos de reclusão”, explica.

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Quem pratica os abusos também pode ser preso. A pena é de dois a cinco anos de prisão, com multa de um a 40 salários mínimos. Para isso, é fundamental que as pessoas registrem o boletim de ocorrência. “O boletim de ocorrência deve ser registrado para prevenir que outros crimes aconteçam e para reprimir aquela pessoa que cometeu o crime. E também para que fique registrado em estatísticas para que ações preventivas sejam feitas pelo poder público”, destaca Ademir.

 

Quem perdeu um desses melhores amigos lamenta e pede urgência na resolução do problema. “Isso não pode dar continuidade, são muitos animais envolvidos. A gente não vê animal na rua, mas de vez em quando aparecem os gatinhos, aparecem os cachorros e esses animais estão em perigo. Isso tem que ser resolvido o mais rápido possível!”, reclama a moradora.

 

Fonte – G1 Tocantins