Uma pesquisa do Ministério da Saúde aponta que Palmas é a quinta capital do País em que as pessoas mais usam o telefone enquanto dirigem. Ao todo 22,4% dos entrevistados admitiram que faz o uso do celular enquanto estão no volante.

Os dados do MS ainda revelam que um em cada cinco brasileiros utilizam o aparelho quando estão na condição de motoristas. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Estado do Tocantins (Sindiperito), Silvio Jaca, a ação é considerada extremamente perigosa, porque retira a atenção do condutor para outras tarefas simultâneas como dirigir e digitar.

Segundo estudos da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o uso do celular no volante é a terceira maior causa de acidentes com vítimas fatais no trânsito no Brasil.

Nos Estados Unidos, quase 3500 pessoas morreram em um ano vítimas de acidentes causados por essa distração. A Agência Nacional de Segurança Viária (NHTSA), órgão americano que conduziu os estudos nos EUA, descobriu que o uso do celular aumenta em até 400% o risco do motorista sofrer um acidente de trânsito.

“É como se o condutor dirigisse de olhos fechados no momento em que utiliza o aparelho. Só para abrir o Facebook a uma velocidade de 50 km/h o veículo percorre mais de 40 metros sem o condutor ver absolutamente nada, com a atenção voltada para o aparelho”, explica Silvio.

As estatísticas do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2018 mostram ainda que pessoas com idade entre 25 e 34 anos (25,1%) são as que mais assumem esse comportamento de risco.

“Na verdade, são poucos estudos específicos sofre o fator idade nesses casos, mas, segundo a pesquisa do Ministério da Saúde o hábito é mais comum entre pessoas nessa faixa etária. Porém, como sabemos a maioria das pessoas, hoje em dia, utiliza aparelhos smartphones e as redes sociais, então, basicamente, não é um problema exclusivo dos mais jovens, é generalizado. Nas ocorrências de trânsito atendidas pela perícia envolvendo este tipo de situação verificamos a presença de pessoas de idades variadas, desde os mais jovens a pessoas de mais idade”, pontua o vice-presidente.

Silvio ressalta que os acidentes de trânsito que podem ser causados pelo uso do celular são vários, como: colisões posteriores (condutor usando celular colide na traseira de outro veículo que está a sua frente), saídas de pista, saídas de pista com colisão em obstáculos fixos (postes, árvores), veículo entrando na contramão de direção, entre outros.

A pesquisa revelou que as capitais que apresentaram maior percentual de uso de celular por condutores foram Belém (24,1%), Rio Branco e Cuiabá (24,0%), seguido por Vitória (23,7%), Fortaleza (23,5%), Palmas (22,4%), Macapá e São Luís (22,6%). Por outro lado, as capitais com menor uso de celular durante a condução de veículo foram: Salvador (14,2%), Rio de Janeiro (17,2%), São Paulo (17,4%) e Manaus (18,0%).

E para evitar uma colisão, de acordo com Sílvio, a indicação para quem precisa responder uma mensagem ou atender uma ligação quando está dirigindo é só uma: parar o carro e só assim pegar o celular.

“O correto é imobilizar o veículo em local adequado e seguro e aí sim atender a ligação ou enviar ou ler as mensagens, pois existe também a variável do comportamento humano quanto a atenção enquanto se conversa. Há pessoas que podem conversar com um passageiro e não se distrair, porém, muitas pessoas mesmo conversando com um passageiro podem perder a atenção na condução do veículo, então, numa ligação mesmo no viva voz a atenção do condutor pode ser desviada, uma vez que a depender do assunto o humor ou as emoções podem ser afetadas e consequentemente a atenção do condutor”, finaliza.

Fonte: Ascom Sindiperito
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