Uma decisão da ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), manteve a prisão preventiva do empresário Márcio César Trindade Oliveira, conhecido como César Trindade, investigado por envolvimento em um esquema de tráfico internacional de drogas na Operação Rota Caipira. A decisão, assinada no último sábado (22), indeferiu o pedido de liminar da defesa, alegando que a matéria não seria decidida em regime de plantão. César Trindade é dono de uma concessionária de veículos em Araguaína e está preso desde o dia 26 de abril, quando a operação foi deflagrada pela Polícia Federal (PF).

A operação Rota Caipira, que aconteceu em 13 estados brasileiros, apura um esquema complexo de transporte e tráfico de cocaína internacionalmente. César Trindade é suspeito de financiar e lavar dinheiro do tráfico, utilizando sua empresa para adquirir bens e até mesmo uma aeronave registrada em nome de um sobrinho, que também está sendo investigado.

Desde o início da investigação em novembro de 2020, a PF descobriu que a organização criminosa adquiria cocaína no exterior e a transportava por meio de uma estrutura aérea até pontos estratégicos nos estados do Pará, Tocantins e Maranhão, com possíveis destinos finais nas capitais nordestinas. A operação resultou na apreensão de 815 kg de cocaína em Tucumã, no Pará, e culminou em 28 prisões preventivas e 95 ordens de busca e apreensão.

A defesa de César Trindade argumentou que a prisão preventiva não se sustenta, pois ele estaria detido baseado apenas em suposições, sem qualquer prova concreta das acusações. A defesa aguarda o julgamento do mérito do habeas corpus para que os fundamentos apresentados sejam analisados. Enquanto isso, o empresário permanece detido há 90 dias. A ministra Maria Thereza de Assis Moura ressaltou que a análise completa do pedido será feita em momento oportuno, não em regime de plantão.

A Operação Rota Caipira ainda está em curso, e as investigações continuam para apurar os detalhes do esquema de tráfico internacional de drogas. A PF segue trabalhando em conjunto com as autoridades dos estados envolvidos para reunir todas as provas necessárias para o desdobramento do caso.