Cenas de um pedófilo que se passa por uma adolescente em videochamada têm viralizado nas redes sociais: a situação é retratada na novela “Travessia” (TV Globo).

A personagem Karina (vivida pela atriz Danielle Olímpia) chegou até mesmo a tirar a roupa em frente às câmeras, acreditando que quem estava do outro lado era a sua amiga virtual.

Na trama, o criminoso tem seu rosto e voz modificados por um programa de computador, podendo enganar com facilidade quem o vê do outro lado.

Especialistas contaram que a tecnologia já existe na vida real. É tão nova que nem nome oficial possui, podendo ser chamado, por enquanto, de “deepfake ao vivo” ou “deepfake live”.

Apesar de ela já poder ser usada em golpes, existem dois entraves:

  • a tecnologia ainda não tem a perfeição simulada na novela;
  • por ter qualidade acima da média, exige investimentos na casa dos R$ 150 mil em equipamentos. Por isso, segundo os entrevistados, ela não é tão visada por quem pretende enganar outras pessoas, sobretudo crianças mais novas, que costumam ser alvos preferenciais de pedófilos e dificilmente percebem as falhas que podem aparecer em uma chamada.

https://twitter.com/tvglobo/status/1636888715904655360?s=20

Confira a seguir o que se sabe sobre o “deepfake ao vivo” e como reconhecer um facilmente.

O que é ‘deepfake ao vivo’

 

“Deepfake” é uma tecnologia que permite mostrar o rosto de uma pessoa em fotos ou vídeos alterados com ajuda de inteligência artificial (IA).

O material falso é criado a partir de conteúdos verdadeiros da pessoa que são modificados por meio de aplicativos ou programas de edição que já existem no mercado.

O “deepfake” simulado na trama de Glória Perez tem a mesma ideia, porém é feito em tempo real, sem qualquer edição. Essa solução é nova — surgiu em 2022 — e é uma evolução do “deepfake” que conhecido hoje, explica Fernando Oliveira, conhecido como Fernando 3D, especialista no tema e em inteligência artificial da FaceFactory.

 

Fonte: G1