Lucas Eurilio – Gazeta do Cerrado
O aterro da ponte que liga as quadras 203 e 303 Norte em Palmas, na avenida NS 3, desabou parcialmente por conta das chuvas frequentes desde o último final de semana na Capital.
Parte da ciclovia já cedeu e outra parte corre o risco de desmoronar. Além do susto causado aos moradores, o local foi interditado para que não aconteça nenhum acidente.
A Prefeitura de Palmas decidiu interditar o local após uma recomendação da Defesa Civil do Município. “A interdição se faz necessária para que seja garantida a segurança do tráfegona região”.
Em nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Servços Públicos (Seisp), informou que o reparo do treho não deve ser realizado imediatamente “É necessário que o solo e clima estejam estáveis para que a obra seja retomada e concluída”.
O engenheiro civil e mestre em Geotecnia, Flávio Ornelas, disse que para corrigir o problema de forma adequada, serão necessários vários reparos que devem ser feitos para que não tenha o risco de algo mais grave acontecer na ponte.
“Além de novos estudos hidrogeológicos e prospecções no local, verificação das condições estruturais das fundações e bloco da cortina e ala. Estas estruturas se estiverem comprometidas devem ser corrigidas para evitar outros problemas”, disse à Gazeta.
Entre as possíveis causas do desabamento do aterro, o especialista listou três: A ala pode estar com dimensões insuficientes e a geometria do talude curvo e muito íngreme. A mesma ainda cedeu com a ruptura do bloco de fundação, não auxiliando mais na contenção do aterro;
Durante a execução foi realizado o aterro com latossolo, material fino e com alta permeabilidade, características de pouca resistência à erosão, que pode ter ocorrido na base deste, causada principalmente pela falta de manutenção do corpo hídrico;
Por fim, Ornelas explicou que o local é muito baixo em relação as áreas vizinhas e drena toda água das chuvas, absorvida no solo pela região. Foi observado a surgência de água no talude que pode ter causado o fenômeno do “piping” que é um tipo de erosão regressiva interna (ocorre de dentro para fora do talude formando cavernas), comum em barragens ou taludes onde o lençol freático surge na face.