A exposição excessiva ao sol, sem o uso de filtro solar são fatores de risco para desenvolver o câncer de pele. É preciso ficar alerta para os sintomas da doença e a importância do diagnóstico precoce. Pensando nisso, neste mês é realizada a campanha ‘Dezembro Laranja’, para levar à população informações sobre a doença e alertar sobre as práticas, visando evitar o câncer mais comum no Brasil e no mundo, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde (MS).

A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Além da exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente na infância e adolescência, outros fatores de risco são ter pele e olhos claros, ser albino e ter vitiligo. Também estão mais vulneráveis às pessoas com histórico da doença na família e quem faz tratamento com medicamentos imunossupressores.

O Hospital Geral de Palmas (HGP), conta com o serviço de oncologia cutânea, há 15 anos e segundo a dermatologista, membro da equipe de oncologia cutânea da unidade hospitalar, Moema Barros. “Nesse serviço são diagnosticadas lesões sugestivas de câncer de pele através de exames clínico, dermatoscópia, biópsias acompanhadas de exames histopatológicos e imunohistoquímica”.

A especialista relata ainda que, “são executadas cirurgias ambulatoriais e também em centro cirúrgico para exérese de tumores de pequeno, médio e grande porte. Esses tumores são estadiados e caso seja necessário são feitas as indicações para quimioterapia,  radioterapia ou imunoterapia”, disse, acrescentando que “no serviço de oncologia cutânea são tratados e acompanhados pacientes com lesões pré-malignas, aqueles com efeitos colaterais de quimioterapias, radiodermites, e paraneoplasias, que são manifestações na pele proveniente de outros tumores”.

Dados

Dados da SES-TO apontam que no Tocantins, foi registrado um total de 183 casos nos anos de 2021 e 2022 (até novembro). Do total, nove casos de melanoma maligno, 167 de outras neoplasias malignas e sete casos de carcinoma in situ. O tratamento para neoplasia maligna no Tocantins é oferecido ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), nas Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) do Hospital Geral de Palmas (HGP) e Hospital Regional de Araguaína (HRA).

Sobre o diagnóstico e o tratamento, a dermatologista, Luanna Barreira, também atuante no HGP, explica que “o paciente que encontrou um sinal suspeito de câncer de pele deve ir ao posto de saúde mais próximo da sua casa. Em caso de urgência, deve procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e após o atendimento e avaliação preliminar por um clínico geral, o paciente será encaminhado a um Ambulatório de Especialidades. O diagnóstico normalmente é feito pelo dermatologista ou cirurgião, por meio de exame clínico. Em algumas situações é necessário o exame de biópsia que permite visualizar algumas camadas da pele não vistas a olho nu”.

O ciclo de atendimento foi feito pela paciente Maria Cecília, de 42 anos, que mora em Miracema e foi encaminhada para o ambulatório de oncologia do HGP. “Eu já tenho esse sinal há mais de dois anos, e agora ele começou a crescer e a coçar, aí os médicos de Miracema me encaminharam para poder investigar”, contou.

Tratamento

A cirurgia é o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas, dependendo do estágio da doença. Quando há metástase (o câncer já se espalhou para outros órgãos), o melanoma é tratado com novos medicamentos, que apresentam altas taxas de sucesso.