O homem preso preventivamente por matar a funcionária do Ministério da Educação (MEC) Letícia Sousa Curado Melo, de 26 anos, é tratado pela polícia como “maníaco em série”.
Marinésio dos Santos Olinto, de 41 anos, foi detido nesta segunda-feira (26). Ele é investigado pela suspeita de ter cometido os seguintes crimes, sempre dentro da caminhonete prata que utilizava:.
- Feminicídio de Letícia Sousa Curado Melo, de 26 anos. Ela desapareceu em 23 de agosto e o corpo foi encontrado três dias depois.
- Feminicídio de Genir Pereira de Sousa, de 47 anos. Ela desapareceu em 2 de junho e o corpo dela foi encontrado 10 dias depois.
- Abuso sexual contra duas irmãs, de 18 e 21 anos. Elas usaram uma panela de ferro para conseguir fugir do carro.
- Abuso sexual contra uma jovem de 23 anos. Ela pulou do carro em movimento para evitar ser estuprada.
O delegado Veluziano Castro, um dos responsáveis pela investigação, disse ao G1 que o suspeito confessou os assassinatos, mas negou a violência sexual contra Letícia.
“É comportamento de maníaco em série, perfil desviado, embora saiba perfeitamente de tudo que faz.”
Ainda segundo a polícia, Marinésio permaneceu em silêncio quando confrontado com algumas provas do crime, como as imagens em que o carro dele aparece gravado por câmeras de segurança.
Outras vítimas
Além do homicídio das duas vítimas já identificadas – Letícia e Genir –, a polícia passou a investigar uma possível relação entre o suspeito e crimes cometidos há, pelo menos, cinco anos.
“A inteligência da polícia reabriu inquéritos de 2014 e 2015 que estavam para ser arquivados por falta de indícios de suspeitos”, afirmou Castro.
Ainda de acordo com o delegado, o modo de operação usado pelo agressor, a semelhança entre os carros usados nos crimes, a causa das mortes das vítimas – por asfixia – e o local onde foram encontradas (Planaltina e Paranoá) apontam a possível participação dele nos crimes.
Apesar da suspeita, ainda é necessário aguardar a nova análise de laudos periciais sobre as mortes dessas mulheres. O nome das vítimas não foi divulgado.
Depois de a imagem do suspeito ter sido divulgada, mais três jovens, de 18, 21 e 23 anos, relataram em depoimento à Polícia Civil que também foram vítimas de Marinésio.
Os crimes
Mesmo negando a violência sexual contra a advogada Letícia Sousa, morta neste fim de semana, Marinésio afirmou à polícia ter asfixiado a vítima.
Segundo as investigações, o crime teria ocorrido fora do carro, “já que não foram encontradas marcas de sangue dentro do veículo”, afirmou o delegado ao G1. “A vítima tinha marcas aparentes no pescoço, mas só o laudo pode confirmar”.
“Ele [suspeito] confirma que esganou e matou a vítima sufocada.”
Se comprovada a autoria no caso das duas vítimas já identificadas, Marinésio deve responder por feminicídio, ocultação de cadáver e, possivelmente, estupro.
Morte de Letícia Sousa
O corpo da advogada Letícia Sousa foi encontrado nesta segunda-feira (26). Até a manhã desta terça (27), o corpo não havia sido liberado para o sepultamento. A jovem estava desaparecida desde sexta-feira (23), quando saiu para o trabalho, por volta das 7h.
Letícia morava no Setor Arapoanga, em Planaltina, com o marido e o filho, de 3 anos. Funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC), ela foi gravada por uma câmera de segurança entrando em uma caminhonete que pertence a Marinésio dos Santos Olinto.
O homem, segundo a Polícia Civil, confessou o crime. Ele disse que matou a vítima porque ela se recusou a manter relações sexuais. Marinésio, que levou os policiais até o local onde estava o corpo, contou que enforcou Letícia.
Morte de Genir de Sousa
A empregada doméstica Genir Pereira de Sousa desapareceu em 2 de junho e o corpo dela foi encontrado 10 dias depois.
Assim como Letícia, Genir foi vista pela última vez enquanto caminhava até uma parada de ônibus. Câmeras de segurança flagraram o momento em que a empregada doméstica deixava a casa da patroa, no Paranoá.
A patroa de Genir é dona de uma pizzaria e foi quem comunicou o sumiço da empregada. Segundo a empresária, em 15 anos de trabalho, Genir nunca havia faltado sem avisar.
fonte: G1 DF