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Dia da Visibilidade Trans: veja conceitos e vocabulários para evitar

A data é voltada para a conscientização - Foto: Getty Images
A data é voltada para a conscientização - Foto: Getty Images

Nesta quarta-feira (29/1), é celebrado o Dia da Visibilidade Trans; data reforça a importância do respeito por essa comunidade

 

A data é voltada para a conscientização – Foto: Getty Images

 

O Dia da Visibilidade Travesti e Transexual é comemorado nesta quarta-feira (29/1). Trata-se de uma das letras da sigla LGBTQIAPN+, que engloba pessoas que não se identificam com o gênero que lhe foi atribuído ao nascimento. São eles: travesti, transgêneros e transexuais.

Ser transexual ou travesti em território brasileiro é sobreviver em meio à incerteza de conseguir voltar para casa. O país é considerado o que mais mata transexuais no mundo.

psicóloga psicodramatista e mulher trans travesti Franchesca Aurora Weiss destaca que um dos motivos importantes para existir uma data como essa é para lembrarmos que pessoas trans existem e merecem respeito.

“A impressão que dá é que muito se fala sobre pessoas trans, mas de forma velada, com medo, de forma sigilosa. Porém, precisamos ultrapassar essa impressão, pois estamos aqui, sempre estivemos, e continuaremos a existir. Queremos existir e viver, não apenas existir e permanecer nesse status de sobrevivência”, aponta.

Vivência trans

 

Na visão da psicóloga, uma das maiores pautas ainda são questões básicas que pessoas cisgêneras não necessitam debater. “Como respeito ao nome e gênero, uso dos banheiros de acordo com o gênero, e uma educação acolhedora e adequada, pois escolas, faculdades e ambientes de ensino, no geral, são extremamente transfóbicos e violentos”, exemplifica.

 

Dia da Visibilidade Trans é comemorado nesta quarta-feira, 29 – Foto: Getty Images

Franchesca destaca, ainda, que grande parte das pessoas não busca e não quer se preparar e se educar para respeitar pessoas trans. “Sem falar das oportunidades de emprego formal para nós, pessoas trans, que ainda somos empurradas para a prostituição e o tráfico, reforçando ainda mais estigmas sobre nossas existências”, reforça.

 

Principais conceitos

 

Franchesca, que também é influenciadora, aborda sobre gênero, sexualidade e relacionamentos em seu perfil. “Ano após ano, as pessoas continuam confundindo sexualidade com gênero, quando o primeiro é sobre quem as pessoas direcionam seus afetos romântico-sexuais; o segundo, sobre como as pessoas se identificam. É importante saber diferenciar para podermos avançar numa questão básica de respeito”, salienta.

Ainda vale ressaltar que a identidade de gênero nada tem a ver com a orientação sexual. Ou seja, um homem transgênero pode ser bissexual e sentir atração por homens e mulheres. Ele pode ser heterossexual e demonstrar interesse por mulheres ou pode ser ainda pansexual e ter interesse por homens, mulheres e outras pessoas transgêneros.

 

O que não falar e o que tirar de vez do seu vocabulário

 

De acordo com Frachesca, a primeira palavra que deve ser eliminada do vocabulário de quem quer apoiar a comunidade trans é “traveco”, usada para ofender mulheres trans e travestis.

Outro ponto frisado pela profissional é que é necessário extinguir qualquer forma de se referir e enxergar mulheres trans e travestis de forma masculina, bem como eliminar do vocabulário enxergar ou se referir a homens trans no feminino.

“Sempre que posso, afirmo que a transfobia respinga em mulheres cisgeneras, quando alguma apresenta um padrão de beleza que não corresponde ao que se espera do ‘padrão mulher’, geralmente um padrão eurocêntrico. A transfobia respinga em todas as pessoas e é um problema que está nas mãos de todo mundo”, ressalta.

 

Mapa da violência contra pessoas trans

 

• O Dia da Visibilidade Travesti e Transexual é voltado para a conscientização e comemoração em torno das lutas e vivências dessa comunidade;

• A data é marcada também pela divulgação do Dossiê: Registro Nacional de Mortes de Pessoas Trans no Brasil em 2024: da Expectativa de Morte a um Olhar para a Presença Viva de Estudantes Trans na Educação Básica Brasileira, da Rede Trans Brasil.

• Apesar de o país ter registrado 14 casos a menos que em 2023, o país segue, pelo 17º ano consecutivo, como o que mais mata pessoas trans no mundo.

• A maior parte dos casos, 38%, foi na Região Nordeste, que continua sendo a que mais registra mortes de pessoas trans desde 2022. A Região Sudeste aparece em segundo lugar, com 33% dos assassinatos, seguida pelo Centro-Oeste, com 12,6% das mortes; pelo Norte, com 9,7%, e Sul, com 4,9% dos casos.

 

(Fonte: Metrópoles)