Um levantamento feito por uma empresa especializada em inteligência em saúde e segurança do trabalho com base nos resultados de 92 mil exames ocupacionais de todo o país, entre janeiro de 2016 e junho de 2018, mostra que o índice de fumantes nas empresas analisadas caiu 9,4% no período e que, principalmente, os jovens entre 18 e 24 anos estão deixando de fumar.
Os dados, divulgados hoje (29) para lembrar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, indicam que a população acima de 25 anos tem 2,4 vezes mais fumantes. Do total de pessoas entrevistadas, 4.904 eram fumantes em janeiro de 2016 (5,3%) e passaram a ser 4.441 em junho de 2018 (4,8% ).
O estudo também descobriu que o número de fumantes que reportaram estar sob estresse foi 85% maior que o de não fumantes, que também relataram problemas de sono (127%).”É normal associar o fumo a questões respiratórias. O mais interessante desse estudo foi verificar o impacto do tabagismo no nível de estresse e na qualidade do sono desses profissionais analisados. Os dados chamam a atenção para efeitos colaterais não muito debatidos, que são causados diretamente pelo hábito”, disse o diretor-médico da RHMED, Geraldo Bachega.
Outros dados
Segundo informações do Ministério da Saúde, cerca de 12% da população brasileira ainda é de fumantes, o que representa 21 milhões de pessoas. Os prejuízos decorrentes do consumo do cigarro e seus derivados gera um prejuízo anual de R$ 56,9 bilhões ao país. Deste total, R$ 39,4 bilhões são com custos médicos diretos e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos, relacionados à perda de produtividade, provocadas por morte prematura ou por incapacitação de trabalhadores.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é responsável por 63% das mortes relacionadas a doenças crônicas não transmissíveis no mundo e a principal causa de mortes evitáveis. Os dados indicam que o cigarro é responsável por 85% das mortes por doença pulmonar crônica (bronquite e enfisema), 30% por diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo de útero, estômago e fígado), 25% por doença coronariana (angina e infarto) e 25% por doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral).
O tabagismo é ainda um dos fatores de risco para o desenvolvimento de tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras doenças. O uso do fumo pode também causar a perda de sensibilidade, insuficiência respiratória e infarto.
Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil