Cronograma definiu etapas a serem executadas na construção da nova ponte, que vai ligar as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Prazo para conclusão da obra é de um ano.

 

Estrutura que continuou de pé após queda de ponte entre o TO e o MA — Foto: Luiz Henrique Machado/Corpo de Bombeiros

Partes que continuaram em pé da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), vão começar a ser demolidas ainda no mês de janeiro, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A expectativa é que essa fase demore cerca de um mês e meio para ser finalizada.

A ponte desabou no dia 22 de dezembro de 2024 e fez 18 vítimas. Desse total, apenas um homem sobreviveu e equipes da Marinha do Brasil, bombeiros e Defesa Civil dos dois estados conseguiram recolher os corpos de 14 vítimas que afundaram com os escombros e veículos. Três pessoas ainda estão desaparecidas.

Conforme o DNIT, o responsável pela reconstrução da ponte, que fica na BR-226, é o Consórcio Penedo – Neópolis, constituído pela empresa Construtora A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Limitada. O prazo de entrega da obra é de um ano.

As equipes já estão mobilizadas conforme plano emergencial. Em janeiro o consórcio vai dar início à elaboração do projeto, para aprovação no mês de março.

Confira as etapas previstas:

 

  • Entre março e junho – fase de infraestrutura;
  • A partir de abril – obra entrará na etapa dos pré-moldados ou pré-fabricados, com previsão de conclusão em outubro;
  • Entre abril e dezembro – superestrutura, fase que começará em abril e deve se estender até dezembro;
  • Entre junho e setembro – fase de mesoestrutura;
  • Entre novembro e dezembro – pavimentação e acabamentos.

 

O DNIT ainda esclareceu que, se ocorrerem mudanças climáticas que afetem o andamento das obras, o cronograma informado poderá sofrer alterações. Também poderá afetar a organização a conclusão do projeto da ponte. Entretanto, o prazo final de conclusão da obra não terá nenhuma alteração, sendo finalizado ao longo de um ano.

Conforme o próprio DNIT, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda será investigada, de acordo com o órgão. A ponte foi completamente interditada e os motoristas devem usar rotas alternativas.

O momento em que a estrutura cedeu foi registrado pelo vereador Elias Junior (Republicanos). Em entrevista, ele contou que estava no local para gravar imagens sobre as condições precárias da ponte.

Uma força-tarefa foi criada para identificar os corpos das vítimas encontrados pelas equipes de buscas. Conforme a Secretaria de Segurança Pública, os trabalhos foram realizados por um perito oficial médico, peritos criminais, agentes de necrotomia e papiloscopista.

A ponte servia de travessia entre os estados e para atender o corredor Belém-Brasília desde a década de 1960, quando foi inaugurada. Segundo documentos de inspeção feita em 2019 pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), houve uma recuperação estrutural entre os anos de 1998 e 2000, mas passados mais de 20 anos, ainda havia muito o que fazer para torná-la segura. A Polícia Federal e órgãos ministeriais estão apurando as causas do desmoronamento.

Ao longo das últimas semanas, os trabalhos da Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil, polícias Civil e Militar dos dois estados e outros órgãos se concentraram no resgate às vítimas Para isso, foi preciso empregar o trabalho de mergulhadores e equipamentos de última geração para analisar a situação dos veículos que caíram no Rio Tocantins.

Ao todo, são quatro caminhões, duas caminhonetes, um carro e três motos que caíram no rio após a ponte desabar. Dos caminhões, dois estavam com 70 toneladas de ácido sulfúrico e um com 22 mil litros de agrotóxicos.

A princípio, as equipes informaram que as cargas não haviam se espalhado pelo rio. Mas na segunda-feira (69), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) informou que os tanques com ácido sulfúrico no leito do rio Tocantins apresentaram um pequeno vazamento. Não há a confirmação exata do quanto vazou, porém, o volume derramado ainda não gera grandes preocupações.

Marinha divulga imagens de tanques que caíram no rio Tocantins; substâncias tóxicas não teriam vazado — Foto: Marinha do Brasil

 

Vítimas resgatadas

 

Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos, era natural de Estreito (MA) mas morava em Aguiarnópolis (TO). O corpo dela foi localizado em 22 de dezembro de 2024.

Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos. O corpo dela foi localizado na terça-feira (24). Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, que saiu de Dom Eliseu (PA) e que caiu no rio Tocantins;

Kécio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. O corpo dele foi localizado na terça-feira (24). Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas;

Andreia Maria de Souza, de 45 anos. O corpo foi encontrado na terça-feira (24). Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico;

– Anisio Padilha Soares, de 43 anos. O corpo dele foi localizado na quarta-feira (25);

– Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos. O corpo dela foi localizado na quarta-feira (25);

Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos. O corpo dela foi encontrado por mergulhadores na manhã da quinta-feira (26). Ela estava em uma caminhonete, junto com o marido, o vereador Alison Gomes Carneiro (PSD);

Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos. O corpo dela foi localizado também na quinta (26);

Alison Gomes Carneiro, de 57 anos. O vereador do PSD teve o corpo localizado na manhã de domingo (29). Ele estava na caminhonete com a esposa, Elisangela Santos, que também morreu na tragédia.

Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos. O corpo dela foi retirado do rio na terça-feira (31) e estava dentro de um veículo. Ela viajava com a filha, Cecília de três anos e o marido, Jairo Silva Rodrigues. Apenas ele sobreviveu a tragédia.

Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos. O corpo dela foi retirado do rio na terça-feira (31). A menina viajava com a mãe, Cássia e com o pai, Jairo Silva Rodrigues.

Beroaldo dos Santos, de 56 anos. Ele foi retirado da água no fim da manhã de quarta-feira (1º), segundo a Marinha. O corpo dele havia sido localizado no domingo (29), dentro da água, na cabine da carreta que transportava as 76 toneladas de ácido sulfúrico.

– Na manhã de sexta-feira (3), um corpo foi encontrado no rio Tocantins. Era o mototaxista Marçon Gley Ferreira, de 43 anos, que trabalhava na região.

Alessandra do Socorro Ribeiro, de 40 anos, natural de Palmas, no Tocantins. A identificação foi realizada em São Luís por meio de exame de DNA, realizado pelo Instituto de Análise Forense (IGF).

Vítimas da queda da ponte que ligava o Maranhã ao Tocantins — Foto: Arquivo pessoal

(Fonte: g1 Tocantins)