Com o sonho de doar seus cabelos para outras meninas em tratamento contra o câncer, aos sete anos, uma araguainense fez mais que isso, salvou vidas.
O pai conta que “ela era muito bondosa, estava sempre querendo dividir as coisas e por isso nós aceitamos, primeiro a mãe do que eu”.
A decisão de doar órgãos é delicada e geralmente é difícil para a família, mas como bem pontuou o pai da menina, ajudar outras pessoas é a muito importante.
“Nós não queremos que outras famílias sofram o que nós estamos sofrendo. Queremos que elas tenham alegria, amor e vivam muitos anos com a mesma alegria da nossa filha”.
Marleide Teodoro, assistente social do HMEM conta que “nós, da assistência social, tivemos o papel de acolher, orientar e realizar uma entrevista social com todos os familiares da paciente. É um momento em que eles precisam de acolhimento, mesmo tendo consciência que esse gesto pode salvar a vida de outras crianças”.
A menina morreu vítima de câncer e entrou para a história como a primeira doadora a ter os órgãos captados no Hospital Municipal Eduardo Medrado (HMEM) em Araguaína. O procedimento foi realizado na noite de ontem, 18/6 por profissionais do Instituto Saúde e Cidadania (ISAC) e Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF).
Para realizar a captação, o HMEM seguiu todos os protocolos nacionais de doação de órgãos. Um avião da Força Aérea Brasileira pousou no aeroporto de Araguaína no início da noite de quinta e trouxe três profissionais, que participaram da captação: a médica cirurgiã Ana Virginia Figueira, enfermeira Jéssica Lima e a técnica de enfermagem Débora Almeida.
O procedimento realizado no Hospital Municipal Eduardo Medrado durou cerca de quatro horas e captou o fígado e as córneas. Os órgãos captados serão destinados a pacientes na espera por transplante segundo critérios da Central Nacional de Regulação e foram transportados na madrugada desta sexta-feira, 19.