Maju Cotrim

A história política do Tocantins na última década mostra que alguns parlamentares estiveram perto do centro de decisões da presidência da República.

Relações de amizade e confiança política que se manifestaram de formas diferentes mas que trouxeram protagonismo para o Estado na esfera federal.

Muitos parlamentares que representaram ou representam o Tocantins têm boas relações na esfera federal porém poucos foram amigos de presidentes da República e com isso elevaram o Tocantins no centro de poder de decisões na presidência. A primeira delas foi a do saudoso senador João Ribeiro (In Memorian) com o ex-presidente Lula de quem era membro do conselho político e opinava nas decisões. João circulou bem na cúpula do governo federal e inseriu o Tocantins de maneira importante á nível federal.

A relação entre os dois era direta e o então presidente em 2010 chegou a opinar e ser consultado sobre o apoio de Ribeiro á candidatura de Siqueira Campos ao governo. Antes da morte do senador, Lula, já então ex-presidente, fez questão de visitá-lo no hospital várias vezes.

Dilma, já na presidência da República, também era próxima de Ribeiro e uma das últimas audiências dele, em outubro de 2013 foi com a presidente para solicitar liberação de recursos para o Tocantins.

João era chamado de “senador do Lula” na campanha de 2010, ligava e falava com o presidente sempre que tinha uma demanda do Estado e fez de sua proximidade um canal direto do Estado com o governo federal. Foi uma experiência importante para o Tocantins. Ribeiro atuou na época dos PACs e defesa de grandes obras estruturantes para o Estado e usou o prestígio nacional para alavancar isso. Além das creches, a duplicação da BR-153 no perímetro das cidades e tantas outras.

Kátia e Dilma: amizade e lealdade

De rival ao PT a madrinha de casamento, assim foi a relação da senadora Kátia Abreu com a ex-presidente Dilma Roussef de quem foi ministra da Agricultura. Kátia se projetou nacionalmente neste período e ficou ao lado de Dilma inclusive no impeachment. Foi a primeira mulher a ocupar o ministério e enfrentou resistência de vários setores.

Em 2016, Dilma e Kátia anunciaram em Palmas, a proposta de criação da Agência de Desenvolvimento do Matopiba. A imprensa nacional sempre mostrava que a única ministra com quem Dilma tinha conversas mais pessoais, incluindo desabafos, era Kátia Abreu e chegaram a chamá-la de “melhor amiga da presidente” que depois foi a ser madrinha de seu casamento.

Kátia estendeu as exportações comerciais, a participação do Brasil no comércio exterior e chegou a citar o deslocamento de recursos para a atividade-fim do Mapa como uma das principais conquistas de sua gestão além da repercussão nacional da criação da última fronteira agrícola do país, o MATOPIBA. A relação ficou marcada pela lealdade.

Gomes e Bolsonaro

 

O Tocantins vive um novo momento de protagonismo nacional desempenhado de maneira diferente. No segundo ano do 1º mandato no Senado, Eduardo Gomes na liderança do governo Bolsonaro no Congresso conseguiu recordes de liberação de recursos para o Estado e os municípios além de órgãos como a Codevasf e o Calha Norte pela primeira vez para o Tocantins.

Trouxe o presidente aqui ano passado e articulou a sanção da tão esperada UFNT.

A relação de Gomes e Bolsonaro tem trazido frutos importantes para o Tocantins principalmente agora na pandemia quando o Estado, por exemplo, conseguiu 70 respiradores do governo federal dentre outros reforços através da atuação política de Gomes.

Chamado de Bombeiro e até de equilibrista, em razão do jeito polêmico do presidente Bolsonaro, Gomes vai se fortalecendo cada vez mais no Congresso onde é considerado um dos cabeças e enfrenta com equilíbrio as críticas e polêmicas.Se posiciona mais como líder de articulação política na defesa de grandes pautas no Congresso do que com fanatismo ideológico.

Gomes não faz da relação com o presidente um projeto de poder político individual mas de elo para fazer história no mandato ajudando todos os municípios e o Estado com as demandas urgentes e nas necessidades, o que rendeu até comparações com o estilo “João Ribeiro de ser” na distribuição dos recursos. As relações tocantinenses na presidência foram se aprimorando na última década e amadurecidas tem trazido cada dia mais benefícios em recursos e assistência para o Estado.