Visando oferecer um atendimento mais humanizado, com ambiência adequada e conforto necessário, o Governo do Estado entregou a ampliação do espaço onde funciona o Serviço de Atenção Especializada às Pessoas em Situação de Violência Sexual (Savis) no Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR). Já em parceria com o Instituto Sabin, também foi entregue uma ludoteca voltada para o atendimento a crianças e adolescentes nas condições de violência sexual. Em funcionamento desde 2012, o Savis já atendeu aproximadamente 1000 vítimas de violência sexual, de todas as idades e de ambos os sexos.
O sigilo e segurança ganharão mais um reforço com a ampliação do espaço físico, que passará a ter duas salas de atendimento, uma sala de coleta de vestígio para a cadeia de custódia, em fase de implantação em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, e uma sala para guardar os vestígios.
“É uma junção da Saúde com a Segurança Pública. A pessoa vai tomar a profilaxia, registraremos as informações que serão enviadas para o delegado de plantão, ele transformará o relato em Boletim de Ocorrência (B.O), devolverá ao Savis, imprimiremos, e por último a pessoa assinará. Os médicos serão capacitados para coleta de vestígios, serão médicos peritos, colherão os vestígios aqui e depois enviaremos para o Instituto Médico Legal, após isso a pessoa pode tomar banho e irá para casa”, destacou a coordenadora Zelma.
Na ocasião, o subsecretário de Estado da Saúde, Marcus Senna, disse que “ter um espaço adequado e propício é fundamental para se atingir a política de saúde necessária para atender a esses casos. A ideia é humanizar o atendimento para evitar revitimização, deixar de expor a vítima, evitar que ela narre o fato diversas vezes para diferentes pessoas. É concentrar dentro do hospital, em uma narrativa toda a situação de violência”.
A diretora geral do Dona Regina, Débora Petry, reforçou que quando uma pessoa chega a unidade ela tem que sentir segurança, tem que se sentir acolhida para contar sua história. “Esse espaço gera confiança e as pessoas vão começar a procurar mais o serviço”, disse.
Para a vice-governadora do Estado, Cláudia Lélis, uma situação de violência sexual é traumática e o Governo do Estado está dando um grande passo na garantia de dar maior segurança e humanização do atendimento a vítimas violência sexual. “É isso que queremos, atender da melhor forma a população e sabemos que isso só foi possível com a união de todos. Todos imbuídos no único objetivo, que é melhorar o atendimento à população”.
Ludoteca
“A ludoteca tem uma representação muito forte no atendimento das crianças. Os brinquedos lúdicos, que têm um papel fundamental no atendimento, são brinquedos estratégicos. Às vezes a criança não sabe falar o que passou, mas pode mostrar brincando. A casinha, por exemplo, tem o lugar onde ela dorme que podemos questionar com quem ela dorme, quem ela quer receber no quarto, tudo isso ajuda no nosso trabalho” disse Zelma Moreira.
A coordenadora acrescentou ainda que as crianças encontrarão no novo espaço um ambiente aconchegante e depois disso vão naturalizar a rotina dentro do serviço. “Elas chegam, mexem no fogão, na casinha e começam a contar a história dela” disse.
O gerente executivo do Instituto Sabin, Fábio Deboni, ressaltou que “esse é um projeto que tem a finalidade de qualificar e melhorar o atendimento de órgãos públicos que já prestam atendimento de casos de violação de direitos de crianças e adolescentes”.
Atendimentos
Os atendimentos do Savis acontecem 24 horas com uma equipe multiprofissional, em regime de urgência e emergência, para o primeiro atendimento, e o acompanhamento ambulatorial que dura no mínimo seis meses.
As vítimas podem ter acesso aos serviços por meio de encaminhamento de outros órgãos da Rede de Proteção (demanda referenciada), por meio da procura espontânea de familiares ou responsáveis (demanda espontânea) e, ainda, a identificação feita pelos profissionais de saúde ou segurança, que perceberem a situação de violência.