Lucas Eurilio – Gazeta do Cerrado

Muito tem se discutido hoje sobre igualdade de gênero e como as mulheres se tornaram símbolos de luta e resistência. Em pleno o século XXI o feminismo ganhou um pouco mais de visibilidade e hoje, podemos ver algumas dessas mulheres em lugares de destaque na sociedade e ganhando notoriedade, mas ainda é preciso muuuuuiiiitaaaa coisa para ser conquistada.

Infelizmente, mesmo com a luta, isso não muda o fato das nossas estatísticas serem uma das piores quando se fala em feminicídio. Conforme dados do Monitor da Violência do G1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apesar do homicídio de mulheres ter caído no ano passado, cerca de 1.314 delas foram vítimas de feminicídio em 2019, uma a cada 7 horas.

Daniele da Silva Costa e sua filha de 15 anos Diovana Silva Bonfim, moradoras de Natividade, região sudeste do Tocantins, quase viraram parte das estatísticas neste domingo, 7. A Gazeta do Cerrado conversou com dona Vilma da SIlva Tito, mãe de Daniele e avó de Diovana.

Neste domingo, um homem conhecido na cidade como Chureba colocou fogo na casa da ex-esposa Daniele e cortou não apenas os dedos da mão de Diovana, mas também a orelha da adolescente. Ela foi encaminhada para uma unidade de saúde e precisou ser levada para o Hospital em Porto Nacional por conta dos graves ferimentos.

Segundo dona Vilma, a filha Daniele tinha medida protetiva, mas isso não impediu que Chureba tentasse matar a ex-esposa.

“Eles já estão separados há uns 6 meses. Ele vai e volta e toda vez que volta ele bate nela, quebra as coisas, roubou um colar da última vez e quebrou a TV da minha filha. Eu falei que ela ia dar parte e ela deu parte na delegacia. A polícia deu a medida protetiva”, disse à Gazeta.

Dona Vilma contou ainda que estava medicada quando uma colega foi até sua casa para dizer que a residência da filha dela estava pegando fogo.

“Uma colega chegou de noite, era umas 11 horas e eu tinha tomado uma medicação. Fiquei atordoada com ela falando que a casa da Daniele estava pegando fogo. Na hora pensei, ele matou minha filha e minha neta, ele matou elas. Eu sai correndo e fui ver. Mas não encontramos ninguém na casa”.

Daniele chegou a correr para um matagal para se esconder de Chereba.

“Ela saiu, disse que ia no Serrano. Quando a Daniele estava vindo embora, ele derrubou ela da moto, Daniele conseguiu correr para dentro do matagal. Um conhecido passou na hora em que tudo acontecia e deu uma carona, mas ficou com medo e deixou minha filha na rua. Ela saiu correndo. Depois, ele (Chereba) levou a biz dela pra casa dele e quebrou ela todinha”, disse a mãe de Daniele.

Após ter ido até a casa de Daniele, dona Vilma conseguiu contato com a neta. “Quando consegui falar como a Diovana ela me disse que estava no Hospital, que ele tinha cortado os dedos da mão e da orelha, aí ela me mandou uma foto”.

Por fim, dona Vilma disse que toda a família e a cidade estão abalados com o crime e relatou não ter sossego. “Nós não temos sossego. Ele não larga, sai correndo atrás da minha filha. Eu e ela não temos sossego.

A Gazeta do Cerrado entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-TO) perguntando se o suspeito foi encontrado e se a polícia já deu início às investigações e se ele já foi localizado. O órgão disse que está apurando a situação.

Nossa equipe entrou em contato também com a Polícia Militar para saber se alguma ocorrência foi registrada sobre o caso e aguarda um retorno.

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