Depois daquela noite mal dormida, você sabe que terá um dia cheio de cansaço, dores no corpo, mal humor e um rendimento profissional baixo. Mas ainda bem que os problemas são só esses, né? Sentimos informar, mas não é bem assim.
Um estudo desenvolvido pela Academia Russa de Ciências Médicas e apresentado na conferência anual da Sociedade Europeia de Cardiologia chegou à conclusão que dormir mal aumenta as chances do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como infarto e o AVC – Acidente Vascular Cerebral.
Os pesquisadores acompanharam um total de 14 mil candidatos, durante 10 anos, e constataram que quem dormia bem teve o risco de infarto reduzido em 80%. Os portadores de distúrbio do sono tinham entre 1,5 e 4 vezes mais chances de ter um derrame (AVC) e 2 a 2,6 mais chances de serem vítimas de um infarto.
Expectativa de vida reduzida
Daniel Nunes, otorrinolaringologista e médico do sono, lembra que a má qualidade do sono está intimamente associada a eventos que levam ao óbito, como a obesidade, alterações respiratórias, diabetes tipo 2 e hipertensão arterial.
“A privação do sono é tão perigosa que é responsável pela redução na expectativa de vida”, alerta Daniel.
O coração também descansa
“É durante o sono que o ritmo cardíaco e a pressão arterial diminuem e o coração dá aquela descansada para gastar menos energia. Quando a pessoa dorme pouco e mal, o coração acaba não tirando esse tempo de folga, ficando mais propenso a problemas cardíacos”, explica a médica cardiologista, Dra. Adalgele Blois.
A dificuldade para pegar no sono também é responsável por aumentar a irritabilidade e o estresse, aumentando a liberação do cortisol, um hormônio que age no controle da pressão arterial.
Para evitar todos esses problemas, é necessário dormir bem, aquele sono pesado que recarrega todas as baterias do corpo.
“O ideal é dormir pelo menos sete horas por dia, manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos regulares e evitar o tabaco e o álcool”, finaliza Daniel.