O governo de Wanderlei Barbosa deu o primeiro passo então para a criação da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais: uma pasta tão necessária para implantação de políticas específicas para estes públicos que por anos não tiveram a atenção que mereciam por parte das gestões estaduais.
A nova pasta tem o objetivo de propor diretrizes para a política estadual de proteção aos povos indígenas e quilombolas do Estado; indicar projetos, articular ações mediadoras, visando à solução dos conflitos sociais; promover e apoiar eventos relacionados com os seus objetivos, incluída a interação cultural, social, econômica e política; além de acompanhar a execução dos convênios voltados ao desenvolvimento do público fim da Pasta.
Os indígenas e quilombolas têm demandas específicas que há décadas tem sido um desafio na vida destas populações. Desde a acesso básico á saúde e educação, acesso ás comunidade , valorização dos griôs e anciãos, questões de regularização das terras e combate diário ao racismo e discriminação. Além disso, o Tocantins precisa integrar a educação com a cultura destes povos.
O quarto balanço da coleta do Censo Demográfico feito pelo IBGE já contou 1.284.204 pessoas em 429.579 domicílios no Tocantins. Do total recenseado, 49,9% eram homens e 50,1% eram mulheres que são maioria da população e que terão também agora um órgão específico para a gestão das políticas femininas, outra novidade.
já foram contados 19.042 indígenas (que representam até então 1,28% da população recenseada no estado) e 11.607 quilombolas (0,96%).
O Tocantins tem muito a fazer, planejar e executar na preservação cultural da população indígena e quilombola! Um Estado essencialmente negro com mais de 70% da população parda ou preta e que enfim tem a chance de criar as próprias políticas de reparação social em vários setores.
Wanderlei acerta na criação tanto desta pasta como a das mulheres e insere o Tocantins no contexto de políticas nacionais. Os próximos passos agora é que haja autonomia e principalmente recursos para o desenvolvimento das políticas. Quadros técnicos com extenso currículo nestas áreas não faltam e que haja representatividade na ocupação dos cargos, outro gargalo na composição de governo.
O Tocantins indígena, quilombola e de todas as tradições terá enfim a atenção institucional específica que sempre mereceu diante da dívida histórica com essas populações!
Essa da foto se chama Dona Leonidia. Tem 80 anos e me comoveu ao dizer em junho do ano passado que entrou pela 1ª vez no Palácio Araguaia aquele dia. Ela é uma mestra popular. Pioneira no estado, sempre trabalhou com artesanato. Ela estava na final do Prêmio Dona Miúda que pela 1ª vez no Tocantins homenageou e honrou os mestres populares. Pedi pra tirar essa foto e ela tirou seu quadro da sacola mostrando sua atividade junto com o marido.
Esse Tocantins da valorização da cultura popular representa um dos pilares da inclusão! Quando Dona Leonidia entra no Palácio não é algo físico: o Estado cumpre a obrigação de reconhecer sua importância e de tantas outras mulheres que sequer entraram lá também! Não se tem um Estado rico e desenvolvido sem a valorização dos líderes populares sociais.
Viva o Tocantins que enxerga as dores de suas comunidades, a riqueza de sua cultura tradicional e que valoriza os saberes populares!
É um momento de se combater as desigualdades enraizadas e de inclusão!
Que sejam novos tempos sociais para o mais novo Estado da federação! O pontapé foi dado agora é consolidar!