O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM) retornou à tribuna da Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 26, para um pronunciamento. Mas desta vez não debateu um projeto específico, não teceu críticas e nem utilizou seu tempo para homenagens. O deputado Eduardo Siqueira fez da tribuna um local de reflexão, visando chamar a atenção dos detentores de mandato sobre os problemas do Estado e a busca por soluções.
Siqueira destacou os conteúdos de dois livros que tem em sua cabeceira, “O Elogio da Loucura”, de Erasmo Rotterdam (1511) e o Elogio da Serenidade, de Norberto Bobbio. De acordo com o deputado, as duas obras têm ainda um texto atual. Em que o mundo precisa encontrar um equilíbrio e os líderes buscarem decisões sensatas e serenas.
O deputado relembrou a vitória da primeira ministra alemã, Ângela Merkel, para o quarto mandato e disse ter comemorado essa conquista por enxergar na Chanceler um perfil equilibrado e que afasta os extremismos.
O parlamentar falou também da crise pela qual passa o Brasil e disse que é o momento de País encontrar um meio de fazer a “travessia” deste momento. Eduardo disse ainda que sempre elogiou os homens públicos que construíram pontes. “Porque a vida pública ora nos afasta ora nos aproxima – mas pelas pontes a gente deixa um caminho para tomar outro e por elas a gente volta. E os muros muitas vezes nos aprisiona naquilo que achamos que estamos defendendo com tanta veemência”, raciocinou.
“A soberba, o tamanho do ego, e principalmente, as posições extremadas quando expressadas, nos leva a uma expressão bíblica: “A boca diz o que o seu coração está cheio”, complementou.
Afirmando que esse pronunciamento não seria uma resposta a quem quer seja, Eduardo Siqueira disse que sua vontade era distribuir a obra de Simone de Beauvoir, que fala sobre a velhice. “ Não há outro caminho de interromper a velhice senão pela morte. E quem diz isso é um pai que enterrou um filho”, e continuou. “Sábios são os povos que sabem preservar, admirar, e principalmente, se abastecer da fonte de sabedoria daqueles a quem Deus lhe deu a vida. O tempo de vida de um cidadão não está ligada a outra coisa que não o desejo de Deus de lhe atribuir uma missão”, declarou.
Eduardo Siqueira frisou que esse pronunciamento foi um chamamento para que: “A mesa ´de negociação ponha fim às greves e também consiga fazer com que esta Casa ache um caminho comum sobre os empréstimos e a renegociação das dívidas existentes”, disse.
Siqueira fez um chamamento aos deputados. “É um chamado à serenidade, principalmente desta Casa, que tem um papel singular de representar a população nos conflitos sociais das mais diversas origens. Minha convocação é sempre o sentar à mesa e ao respeito ao próximo”, afirmou
“Não se faz mais política com agressão verbal contra quem quer que seja, precisamos avançar e amadurecer e mostrar ao povo tocantinense que honramos os mandatos que nos trouxeram até aqui. Que estamos aqui para representar alguém e não para satisfazer os nossos egos e as nossas vontades. E é ao povo do Tocantins que dedico o meu trabalho diário aqui na tribuna desta Casa, convivendo com Vossas Excelências que me honram com as presenças e com a convivência fraterna no dia a dia”, finalizou.